Seminário

Reconfigurar o Princípio Esperança na Teoria Pós-colonial

Vincenzo Russo (Universidade de Milão)

13 de março de 2013, 17h00-19h00

Sala 2, CES-Coimbra

Resumo

Robert Musil escreveu com alguma perversidade: «Deus criou o mundo pensando bem que ele poderia ser diferente». Não será de todo inatual pensar hoje o Princípio Esperança tal como ele se declinava na enciclopédia das emancipações que constituiu o ensaio de Ernst Bloch (1953-1959)? Se é verdade que, na origem etimológica da palavra esperança, a raiz indo-europeia spe revela uma tensão, uma distensão, uma espera de que algo acontecerá, a teoria pós-colonial, de um pós-colonialismo de oposição e já não auto-celebratório, poderá contribuir para actualizar o léxico da esperança enquanto projecto de emancipação política e social.


Nota biográfica

Vincenzo Russo. Licenciado em Letras Modernas pela Universidade de Bolonha (1998) e doutorado em Literatura Portuguesa (2003) pela mesma universidade, é actualmente professor auxiliar de Literaturas Portuguesa e Brasileira na Universidade de Milão. Como bolseiro do Instituto Camões (2003) e da Scuola Superiore di Studi Umanistici da Universidade de Bolonha (2004-05), tem-se interessado por poesia portuguesa moderna e contemporânea, pelo pensamento português e pelos imaginários imperiais africanos do século XIX e XX. Publicou em volume: Tenebre Bianche. Immaginari coloniali fin-de-siècle, Reggio Emilia, Diabasis, 2008, e Suspeita do Avesso. Barroco e Neo-Barroco na Poesia Portuguesa Contemporânea, Vila Nova de Famalicão, Quasi, 2008. Organizou várias edições italianas de obras de autores portugueses e africanos de expressão portuguesa (José Luís Peixoto, Fernando Pessoa, Eduardo Lourenço, António Ramos Rosa, Eça de Queirós, Boaventura de Sousa Santos, Pepetela).


Nota: Atividade no âmbito do Núcleo de Estudos sobre Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz (NHUMEP)