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Title: Social distance, alterity and the economic relationship between the favela and the city: An analysis of the narratives of the residents of the Cantagalo and Pavão-Pavãozinho favelas, Rio de Janeiro-Brazil by Juliana Blasi Cunha

Abstract: O presente trabalho busca descrever e analisar as relações que os moradores das favelas do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho estabelecem com os moradores dos bairros de Copacabana e Ipanema, em que estão localizadas na cidade do Rio de Janeiro- Brasil. O material empírico que sustenta essa discussão é fruto de trabalho de campo realizado entre os anos de 2009 e 2013 no “Complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo” para minha tese de doutorado, defendida em 2014 no PPGAS/USP. A distância social e a proximidade geográfica que perpassam a relação desses moradores não foram tema dessa tese e são, portanto, tema de uma reflexão mais recente do mesmo material empírico. Através das narrativas dos moradores dessas favelas vizinhas é possível notar a distância social que perpassa a relação desses dois diferentes grupos que coabitam esses nobres bairros vizinhos. Além de permitir pensar como essa alteridade é produzida na interação social entre esses grupos nos espaços públicos desses bairros, as falas dos moradores revelam ainda, frequentemente, os vínculos empregatícios que os relaciona.  As narrativas desses moradores destacam que, se por um lado existe ali uma marcante segregação sócio espacial, por outro, não é possível esquecer que esses grupos estão estruturalmente interligados, através de empregos e relações econômicas assimétricas. O trabalho busca discutir, portanto, as distâncias sociais e alteridades construídas entre esses moradores, mas sem perder de vista as relações desses com o bairro e a cidade.
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Title: Non-extractive methodologies: A social cartography and a socio-spatial dimension of territorial struggles by Patricia de Menezes Cardoso

Abstract: Este trabalho propõe o diálogo entre dois eixos de reflexão sobre as periferias e suas transformações recentes, a natureza socioespacial e as metodologias de investigação empírica "com" e "nas" periferias, considerando no caso de estudo como periferia os territórios reivindicados por povos e comunidades tradicionais costeiros em situação de conflitos coletivos fundiários e socioambientais. Isto seja em razão destas comunidades produzirem uma legalidade cosmopolita subalterna com organizações social e territorial diversas da exclusiva produção capitalista do espaço, seja pela marcante atuação de novos movimentos sociais no autorreconhecimento destas territorialidades.
A partir dos casos das cartografias sociais dos Pescadores Artesanais de Trindade e do Quilombo da Fazenda Picinguaba, nas cidades de Paraty e Ubatuba, nos Estados de Rio de Janeiro e São Paulo no Atlântico Sul, analiso duas dimensões dos conflitos socioterritoriais: (i) as múltiplas dimensões socioculturais reveladas pela subversão dos processos autoritários da cartografia estatal a serviço da expropriação violenta da natureza dos povos e comunidades tradicionais que tem sua existência e modo de vida ora invisibilizados ora criminalizados pela lógica dominante de desenvolvimento e planejamento territorial; (ii) a metodologia das técnicas participativas de autocartografia e seus resultados quanto a elaboração e representação de outros dispositivos cartográficos possíveis como instrumentos de fortalecimento das lutas territoriais e da justiça cognitiva e territorial, para o exercício de uma cartografia das ausências e emergência.
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Title: Periphery, financialization, trend and industry 4.0: An exploratory look at recent Brazil  by Ricardo Luiz Chagas Amorim

Abstract:O crescimento é uma preocupação antiga da teoria econômica. Já o desenvolvimento (ou sua ausência) é um problema de meados do século XX. Naqueles anos, ficou claro que elevada produção, benefícios sociais coletivos e maior soberania nacional não necessariamente caminham juntos. As problemáticas do crescimento, do desenvolvimento e suas inter-relações são problemas difíceis de serem tratados pela teoria econômica. O recorte científico projetado pelos economistas sobre a realidade normalmente circunscreve as explicações dos fenômenos sociais aos eventos referentes à circulação e à produção material de bens e serviços. A complexidade que outras dimensões sociais trazem ao processo se torna, então, quase intratável dentro do arsenal conceitual da maioria das correntes econômicas e, por isso mesmo, as convergências e complementaridades terminam por serem insuficientemente exploradas.
O Brasil é um caso notório. Alcançou, no século XX, tornar-se uma economia industrial, urbana e dona de avanços tecnológicos pontuais invulgares. Mesmo assim, nunca superou suas mazelas. Até mesmo em anos recentes, quando o progresso social parecia estar impactando o tradicional arranjo de poder, as relações sociais de produção conservaram-se intactas e o desequilíbrio entre as forças em disputa na sociedade mantiveram-se exasperantes. Por quê?
A resposta deve ser buscada na economia política nacional, mas deve ir além. É preciso também observar as transformações recentes porque passa o capitalismo mundial: a hegemonia do pensamento neoliberal que acompanha a financeirização das economias, seus impactos políticos e a dominância da razão subjetiva no mundo contemporâneo.
À gravidade dessa resposta, impõe-se ainda o peso dos recentes desafios nascidos de uma possível nova revolução tecnológica: a Indústria 4.0, desenvolvida, conduzida e explorada por oligopólios internacionais exclusivamente sediados nos países ricos. Afinal, de um ponto de vista estruturalista, o desafio que se coloca historicamente ao Brasil e às demais economias latino-americanas pode levar à cristalização de sua condição subdesenvolvida.
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Título: De-coding Rio de Janeiro's Favelas: Shape grammar application as a contribution to the debate over the regularisation of favelas. The case of Parque Royal by Valeria Ena

Resumo: This study constitutes the first step of a broader PhD project, which aims to build a bridge between the architectural and the juridical examination of the typicality of low-income settlements within the city of Rio de Janeiro, the favelas. The purpose is to define a rule-based typological analysis to ease the process of evaluating the typicality of favelas and the possible, desirable form of its regularisation. This objective strives to equip all the actors involved in the debate with an analytical device able to represent the socially acknowledged, yet unofficial, rules that have been moulding favelas so far. By this means, this study tests shape grammar as a methodology for approaching this interdisciplinary issue. A shape grammar for a first case study, Parque Royal favela, located in the Governor Island, is presented. As preliminary results of the research, the paper encompasses the three early stages of construction of the case study: invasion, expansion and consolidation.
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Title: Roundtable -  alternative narratives of an old capital by Velha Capital

Abstract:: A cidade de Coimbra é conhecida mundialmente por conta da Universidade, recebendo a alcunha de cidade do conhecimento. A Universidade de Coimbra Alta e Sofia inclusive recebeu o título de Patrimônio Imaterial pela Unesco. Entretanto, percebe-se a carência de diálogo com as iniciativas fora do eixo universitário, configurando uma linha abissal entre a Universidade e o restante da cidade. Outra linha abissal existente na cidade de Coimbra é o fato de não ser uma metrópole, diminuindo as oportunidades de projeção das atividades realizadas pelos moradores locais em relação as maiores cidades do país.

A proposta dessa atividade é realizar um diálogo com artistas e ativistas da cidade, utilizando a proposta teórica de ecologia dos saberes do sociólogo Boaventura de Sousa Santos. De acordo com o autor, todo saber é incompleto e configura simultaneamente em um conhecimento e um desconhecimento. Dessa forma, o autor desloca a academia como saber único, sendo necessário articular e valorizar os conhecimentos invisibilizados e que surgem como diferentes formas de combate as opressões. Essa articulação é feita através da horizontalidade e complementaridade da partilha, partindo do pressuposto que cada saber é melhor aplicável para determinada realidade.
Sendo assim, será apresentado um histórico do ativismo político e artístico realizado na cidade, priorizando ações com pessoas que estão em situação de vulnerabilidade, como são os moradores de bairros periféricos, a comunidade cigana e os presos.

Essa proposta é formulada pelo coletivo Velha Capital, grupo de hip hop que nasceu a partir da união entre diferentes coletivos musicais da cidade de Coimbra e tem como principal objetivo valorizar e dar a conhecer a música feita em Coimbra. Este grupo acredita no valor do património cultural produzido em Coimbra e procura incentivar o crescimento dos artistas que residem e criam na cidade, através da organização/dinamização de eventos, promoção e produção artística.

O nome Velha Capital existe porque a cidade é a antiga capital do país, em documento que ainda não foi revogado. O entendimento da Velha Capital é que, apesar da referência mundial da Universidade, existe um silenciamento enorme de tudo que é feito em Coimbra fora do eixo universitário. Isso porque acontecem várias práticas artísticas e acadêmicas com nomes internacionais na cidade e na Universidade e os moradores locais dificilmente são contemplados, ficando o foco da atenção nos estudantes que estão na cidade para ciclos temporários.

O intuito é mostrar os movimentos que crescem em paralelo, com foco na arte. O nome Roda Artivista contempla a nossa proposta de ser uma roda de conversa envolvendo a arte e o ativismo. Ao final da atividade, o público presente será contemplado com práticas que mostrem a arte transformadora conectada com a educação.