Curso de Formação Avançada e Mostra de Cinema

Métodos, Experiências e Práticas de Investigação nos Estudos da Memória

1 a 4 de julho de 2025

Universidade de Cabo Verde, Praia, Santiago

Programa

1.07.2025

9h00 | Sessão de abertura 

9h30-11h | Mesa-redonda Experiências de Pesquisa. Os cabo-verdianos nas roças de São Tomé: História, Memória e Contra-Narrativas,com António Correia e Silva e Carla Indira Semedo, e moderação de Inês Nascimento Rodrigues 

16h30-18h | Seminário de Pesquisa I As paisagens da memória em Cabo Verde, por Inês Nascimento Rodrigues e Miguel Cardina e com moderação de Crisanto Barros

 

2.07.2025

16h-17h00| Projeção de curta-metragem Marxa Kabral, seguida de comentário de Redy W. Lima e Adérito Tavares

17h30-19h30 | Seminário de Pesquisa II Políticas da Memória e Políticas do Silêncio: entre a História e a Memória, por Miguel Cardina e com moderação de Crisanto Barros

 

3.07.2025

16h-17h00| Projeção de curta-metragem A memória e a sua (in)transmissão, seguida de comentário de Antonieta Lopes 

17h30-19h30 | Seminário de Pesquisa III História Oral: métodos, desafios e questões éticas, por Miguel Cardina e com moderação de Crisanto Barros

 

4.07.2025

16h-17h00 | Projeção de curta-metragem Visões do Tarrafal, seguida de comentário de Nélida Brito e César Schofield Cardoso

17h30-19h30 | Seminário de Pesquisa IV A fantasmagoria como ferramenta de memória: conceptualizações pós-coloniais, por Inês Nascimento Rodrigues e com moderação de Crisanto Barros

 

SINOPSES CURTAS-METRAGENS CROME • 2023 • Diana Andringa

A memória e a sua (in)transmissão • 14M A independência de Cabo Verde, a 5 de julho de 1975, instaura símbolos e imagens diretamente ligadas à luta do PAIGC nas matas da Guiné pela libertação dos dois territórios. Em 1991, quando o Movimento para a Democracia (MpD) derrota nas urnas o PAICV, surgem mudanças nos símbolos, estátuas e moeda do país, que rasuram a herança e recuperam figuras e acontecimentos dos tempos coloniais. A memória torna-se um espaço de disputa política. Destes diferentes gestos resulta hoje uma narrativa que oscila entre a celebração e o apagamento dos legados da luta de libertação.

Visões do Tarrafal • 14M Criada em 1936, a Colónia Penal do Tarrafal foi concebida para albergar presos políticos antifascistas, na maioria portugueses. Encerrada em 1954, foi reaberta em 1961, direcionada a prisioneiros dos movimentos anticoloniais, nomeadamente angolanos e guineenses. A partir de 1968, começou também a receber cabo-verdianos. O Tarrafal adquiriu um lugar simbólico particular nas narrativas do sofrimento associado à luta anticolonial em Cabo Verde. Desde o seu encerramento, a 1 de maio de 1974, o espaço tem convocado distintos significados simbólico-políticos e gestos artísticos que procuram resgatar a memória daquele lugar.

Marx Kabral • 12M Todos os anos, a 20 de janeiro, data do assassinato de Amílcar Cabral, decorre na cidade da Praia (na ilha de Santiago) a Marxa Kabral. A manifestação, além de evocar o líder anticolonial, estrutura-se também como uma performance de contestação às elites, a um certo imaginário diluidor de Africa nas construções identitárias do país e à falta de perspetivas de setores significativos da juventude cabo-verdiana.