Afroeuropeans: Identities, Racism, and Resistances reflete sobre as tensões, ambiguidades e paradoxos da Negritude na Europa.

O livro aborda as relações de dominação e os modos de exclusão racial, mas também as intervenções afro-europeias nas esferas política, social, cultural e artística, bem como as múltiplas formas de resistência que têm sustentado os corpos negros no continente europeu. Ao mesmo tempo que as histórias, culturas e condições sociais negras são tornadas invisíveis nos discursos hegemónicos na Europa, existe uma hipervisibilidade e presença de estereótipos negros na cultura popular europeia. As identidades negras tornaram-se ainda mais condicionadas pelos novos discursos dominantes da extrema-direita e pelo endurecimento das políticas de imigração e asilo, que afetam pessoas afrodescendentes.

Uma das contribuições mais inovadoras deste livro é a atenção que dedica ao pensamento, experiências e resistência negra no Sul da Europa — em particular no contexto português. Isto constitui não só uma crítica ao racismo generalizado na Europa e às suas políticas de "daltonismo racial", como também representa um contributo significativo para uma compreensão mais alargada da Negritude e do racismo, para além dos contextos norte-americano e do norte da Europa.

Este livro é publicado num momento de particular vitalidade intelectual e política negra. Dada a sua abordagem interseccional e transdisciplinar, constitui uma obra de referência para estudantes e investigadores das ciências sociais e humanas, bem como para artistas, ativistas, políticos e jornalistas.