Este evento faz parte de um roteiro de eventos em que se discute a reparação integral da Amazônia equatoriana afetada pela extração de petróleo a partir do reconhecimento da natureza como sujeito de direitos e dos direitos humanos e culturais das populações locais.

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Notas biográficas

Laura Rival trabalha em vários projetos inter-relacionados que juntos ilustram sua abordagem distinta à Antropologia da Natureza, Sociedade e Desenvolvimento.Sua pesquisa empiricamente fundamentada, teoricamente orientada e relevante para políticas visa renovar nosso pensamento sobre a relação entre meio ambiente e sociedade. Empiricamente, seu trabalho é fundamentado em pesquisa etnográfica com os Huaorani (Amazônia Equatoriana), pesquisa interdisciplinar com os Makushi (Guiana Central) e pesquisa orientada para políticas com várias comunidades indígenas e camponesas latino-americanas, tanto na América Central quanto na América do Sul. Teoricamente, ela se envolveu criticamente com uma série de suposições determinísticas associadas a ideologias modernistas, bem como com várias teorias que reificam a divisão natureza/cultura, ou perpetuam interpretações duvidosas dos meios de subsistência indígenas e camponeses e suas dinâmicas históricas. Ela também contribuiu para análises político-econômicas de políticas de desenvolvimento, bem como para discussões em torno de instrumentos de política que visam reconciliar o desenvolvimento humano e a conservação da diversidade biológica e cultural.Sua pesquisa atual se baseia nessa expertise para abordar questões urgentes de desenvolvimento diante da grave degradação ambiental e da aceleração das mudanças climáticas.

Nenquimo Enqueri Gilberto Mincaye é um proeminente líder Waorani e analista de conflitos com uma longa carreira em mediação intercultural bilíngue. Como parte integrante do povo Waorani, o seu profundo conhecimento da floresta e da sua cultura fez dele um mediador fundamental, especialmente em conflitos relacionados com povos em isolamento voluntário, como os Tagaeri e os Taromenane. O seu trabalho centra-se na defesa do direito destas comunidades a viverem segundo os seus próprios parâmetros de existência, reafirmando a sua autonomia e ligação com o território.

A sua capacidade de dialogar entre dois mundos – o conhecimento ancestral Waorani e as estruturas ocidentais de resolução de conflitos – posiciona-o como uma figura fundamental na protecção dos Yasuní. Mais do que um mediador, Nenquimo atua como uma ponte, levando as vozes do seu povo aos espaços onde são decididas as políticas ambientais e territoriais. Seu trabalho não busca apenas resolver tensões, mas também reparar e preservar o tecido socioecológico da Amazônia, demonstrando que a justiça para os povos indígenas é inseparável da conservação da biodiversidade.

Com uma perspectiva enraizada na visão de mundo Waorani, Nenquimo Mincaye insiste que a selva não é um simples recurso, mas um lar vivo que exige respeito. A sua liderança transcende a negociação: é um apelo ao reconhecimento dos povos indígenas como guardiões indispensáveis ​​dos últimos espaços sagrados do planeta.