Resumo

O fenómeno da biomedicalização da saúde, com as suas ramificações e ampliações globais por via do projeto da Saúde Global – sucessor da medicina colonial e da saúde internacional – e o reforço da saúde como domínio autonomizado da vida social, depara, no confronto com “outras” medicinas, terapias e formas de cura, com os limites da sua matriz monocultural e do seu pluralismo interno, e com a sua relação constitutiva com as dinâmicas do capitalismo, colonialismo e patriarcado. As zonas de contacto e os encontros entre a biomedicina/Saúde Global, as experiências de sofrimento injusto e os saberes e práticas situadas do sofrimento e do cuidado abrem espaços de busca de ecologias do cuidado e dos saberes da doença e da cura, desafiando os dualismos em que se funda a saúde biomedicalizada.

Primeiro seminário do ciclo 'CES, Saúde e Epistemologias do Sul' (2019/2020)

Nota biográfica

João Arriscado Nunes é Professor Catedrático de Sociologia da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, cocoordenador do Programa de Doutoramento "Governação, Conhecimento e Inovação" e Investigador Permanente do Centro de Estudos Sociais. [ler mais]