Rachel Zolf
Amor no arquivo
para a Kate
A minha camisa de lenhador fala entre as bolhas
tirei-as da blioteca
a quebrar a nostalgia como uma luva nova
A hora, essa é renda, mamilo do relógio
se copa se
me-engulo-te de cócoras no seu capital
de novo e
Força impermanente
que altera o modo como um sistema
evolve com o tempo e se eu não
tivesse tido poderia ter
enferrujado na floresta
Os teus estão excepcionalmente
interessantes esta noite
a pintura original
transparece
Será que posso verificar
aquela arestazinha ali?
Mergulhando o absurdo sobretudo quando faz sentido
do teu trabalho inicial para ver toscamente
através das camadas mulheres doentes mais altas
reais, grandes dimensões
do ponto-de-vista de um vampiro refinado
E oh como vocês mulheres que estão seladas
esta mão por cima e este passe sobre
o vosso sistema de gestão da dor um piano Morse
o humano é fácil erro fortuito de ser
carne e coração e fígado e pulmões e suor
Como é perigoso isto que cerca
entre tão real que ilumina o trevo
sem distorção de nome, sem chapéu
por entre os campos místicos de
eu vagueava e vislumbrei um bosque
Porcarias úteis
Olá, Kristen, não há aqui nada que me interesse.
Toda a violência implicada na primeira secção se tornou mais explícita pela imagética relacionada com o corpo da mulher, os moluscos e suas conchas.
Quem é que fala porquê – bolas de cotão e o holocausto? Não entendo.
Confia no princípio dos livros. Leveza pode querer dizer “falta de força” e o som de disparos usando palavras que sugerem invaginação: “pregueado”, “fenda”, “díptico”, “gorjal”, “debrum”, “plissado” e “enrugado”.
Chamas a isto uma natureza performativa? No meu Sersembrilho, norma, forma e função são reveladas como alegremente editáveis. Quero o meu curso terminal, mas não estamos a competir.
Estamos todas embrulhadas em plástico, depois transformadas numa entoação para lá da mente “pirata” irrigada. Porque não centrares os teus poemas – tanto física como teoricamente?
Sê mais visual e visceral. Se os poemas de amor forem escritos em piton pidgin, experimenta uma vinheta sobre comunicação difícil que se estende para além da articulação linguística dentro da boca e na ou perto da zona genital.
Polémica é uma má réplica contra o triunfo do “capricho”, mas eu quero que a poesia seja engraçada. Poderias querer desistir completamente, aprender a escrita linear e fazer a tua memória.
Reflectir sobre estas questões foi um exercício difícil mas simpático.
Rachel Zolf – o seu quarto livro de poemas, Neighbour Procedure, foi publicado pela Coach House Books em 2010. As três obras anteriores são Human Resources, agraciado com o Trillium Book Award for Poetry de 2008 e finalista do prémio Lambda Literary Award, Masque, Shoot & Weep, e Her absence, this wanderer. Tem trabalhos incluídos em antologias como Prismatic Publics: Innovative Canadian Women’s Poetry and Poetics (Coach House) e uma antologia de escrita conceptual, em preparação, a publicar pela Les Figues Press. Trabalhou em documentaries e comunicações e foi editora-fundadora da revista The Walrus. Pode aceder-se ao seu trabalho de MFA (Mestrado em Belas Artes), em colaboração, em thetoleranceproject.blogspot.com. Nascida em Toronto, Rachel Zolf vive em Nova Iorque.
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