Erica Kaufman
“o vazio é forma”
nesta imagem o-que-há-de-errado
a compleição do samurai
roda um bastão nunchaku na cara
da homeostase, traça uma curva
em sino porque não é preciso
dispender energia com a voz
ainda in tacta. o truque é mesmo
buscar noções retinais
de hospitalidade ou declarações frenológicas tipo precisamos mesmo
dessa imagem ampliada? certas evasões premonitórias permitem a consciência
animal, sistemas climáticos
e como o modelo devia parecer,
o corpo dela um tipo de sistema onde
a voadora amassa o queixo contra a cara.
“o que é o amor”
seguindo elizabeth murray
em 1973 ela desenhou degraus
e eu sou fã de óleo espesso
iridescente. Do que o título
diz. Como a madeira fica
deformada uma vez e outra vez
ela põe mãos onde eu menos
as espero. buracos de fechadura obnóxios
e distorcidos. vê-las em verde
aparência de fúcsia em acrílico.
tantas coisas podem surgir
de uma parede. cabelo louro.
pernas. anatomia fatiada. deixa
atracar o barco! eu quero
apanhar as minhas dúvidas e sol.
erica kaufman é autora de censory impulse (factory school 2009) bem como de vários outros folhetos de poesia, entre os quais se contam civilization day (Open24Hours, Winter 2007). os seus trabalhos mais recentes encontram-se publicados em Little Red Leaves, Aufgabe, etc. tem ainda ensaios críticos e recensões em The Poetry Project Newsletter, CutBank, Rain Taxi, Verse e em outras publicações. Erica kaufman prepara o seu doutoramento no CUNY Graduate Center, com um trabalho que explora os interstícios entre a poética contemporânea e a composição & retórica. Vive em Brooklyn e é professora em Baruch College and Bard College.
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