| Georges Fouron e Nina Glick Schiller | | |
| Em diversos países exportadores de emigração, há políticos e dirigentes governamentais que estão a tentar revitalizar o nacionalismo e o conceito de estado-nação no contexto de uma economia global definindo os estados-nação como transnacionais. No presente artigo, defendemos, a partir do exemplo do Haiti, que esses esforços denunciam o facto de, subjacente ao conceito de identidade nacional, estar o conceito de raça. As identidades nacionais são identidades raciais no sentido em que assentam em conceitos de descendência através de laços de sangue, o que leva a encará-las como tendo uma base biológica. Os estados exportadores de emigrantes estão actualmente a definir a sua nacionalidade através da ascendência, e não por uma língua, uma história política, uma cultura ou um território partilhados. A ligação entre nação e raça, profundamente enraizada na teoria do estado-nação, está a tornar-se o traço distintivo necessário e suficiente da identidade nacional perante a migração transnacional. | |