Workshop
Training Course in Psychotraumatology (2nd edition)
Trauma and Media
November 7, 2015, 10h15
CES-Lisbon (Picoas Plaza | Rua do Viriato, 13, Lj. 117-118)

Presentation

Framework

O tema Trauma e Media permite diversas abordagens, do tratamento jornalístico de situações potencialmente geradoras de trauma – desastres, conflitos, catástrofes – o modo como esse tratamento se vai refletir, a curto, médio e longo prazo, nos participantes e vítimas, no público e, também, nos próprios profissionais dos media.

Na verdade, os jornalistas que fazem a cobertura dessas situações são sujeitos, eles também, a uma imensa tensão, desde logo no seu primeiro contacto com os diretamente envolvidos – muito dos quais severamente traumatizados – mas também no esforço de conseguir conciliar, no tratamento noticioso, rigor e compaixão, distância e compromisso com a defesa dos Direitos Humanos, obrigação de informar e respeito pela privacidade, equilíbrio que o contexto tende a dificultar, acresce o duplo papel a que estão sujeitos como relatores do desastre e, em simultâneo, como potenciais vitimas primárias.

Um estudo efetuado em 2002 por um especialista em neurociências indicou que cerca de um terço dos correspondentes de guerra desenvolve, num momento ou outro da sua carreira, um estado de stress pós-traumático. Vários outros estudos apontam no mesmo sentido, mostrando, também, que nem sempre é necessária a presença física nos locais onde ocorrem as situações para que os profissionais venham a sofrer desse distúrbio.

Como refere o Dart Center for Journalists, os jornalistas confrontam desafios fora do comum ao cobrir conflitos ou tragédias. Interagem com vítimas com um elevado grau de sofrimento. Muitas vezes, constroem um muro de defesa profissional entre eles e os sobreviventes e outras testemunhas que entrevistam. Mas depois de estarem e falarem com pessoas que sofreram perdas imensas, esse mesmo muro pode impedir os jornalistas de reagir à sua própria exposição à tragédia.

Como escreveu, poucos dias após a destruição das torres gémeas de Nova Iorque, em 11 de Setembro de 2001, Al Tompkins, do Poynter Institute for Media Studies:

“Repórteres, fotojornalistas, engenheiros de som e de imagem, produtores no terreno, trabalham muitas vezes lado a lado com o pessoal dos serviços de emergência. Os seus sintomas de Stress Pós-Traumático são muito semelhantes aos de polícias e bombeiros que trabalham na sequência imediata da tragédia, mas normalmente recebem pouco apoio após terem enviado as suas histórias. Enquanto que ao pessoal de emergência é dado aconselhamento após o trauma, os jornalistas são, simplesmente, enviados para cobrir outra história.”

E, no entanto, vários ficam marcados pela tragédia que acabaram de reportar. Pela dor dos outros. Pela sua impotência perante essa dor. Pela culpa de a testemunharem sem a sofrer. Ou de fazerem as malas e partirem.

Mas as notícias sobre a morte de jornalistas em serviço de reportagem comprovam também que, longe de serem apenas testemunhas da dor dos outros, os jornalistas são também, muitas vezes, vítimas dos mesmos conflitos que reportam. No dia 12 de Outubro a Federação Internacional de Jornalistas assinalava 85 mortos entre jornalistas e outro pessoal dos media em 2015. Os números para os dois anos anteriores foram de 135, em 2014 e 123, em 2013.

These are different aspects of the Trauma/Media relationship we wish to address on November 7.

Note - 7th module under the II Training Course in Psychotraumatology, with the possibility of assigning 20 points to access the Certificate in Psychotraumatology of ESTSS.

 

Programme

10h15 | Welcome

10h30-11h00 | Introduction– Diana Andringa

11h00-11h45 The journalist before the suffering of others, the journalist as a victim – Joaquim Furtado

11h45-12h45| Mediating the pain of others - Journalists and humanitarian action  José Freitas Ferraz (Ambassador to Japan in March 2011) - Humberto Vitorino (General and Family Practitioner / Health in Portuguese (NGO))

12h45-14h00 | Discussion with previous speakers

14h00-15h00 | Lunch

15h00 | A trauma generating society - Sarah Adamopoulos (Journalist and writer)

16h00 |  Journalists in war scenarios - preparation, field behavior, PTSD conflict narration - Carlos Santos Pereira (Journalist and researcher)

16h45 | Coffee break

17h00| The role of journalists in revealing traumatic situations - distance, compassion and delation - On protection measures for journalists - Discussion with previous speakers, Ana Luisa Rodrigues (journalist, President of the Board) and Ricardo Alexandre (Vice President of the Ethics Council) of the Journalists Union

18h30 | Conclusions and proposals - Journalists Union Representative, Diana Andringa, Luísa Sales.

Registration

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