Manuel João Quartilho, Joana Proença Becker e Carlos Carona
Resumo:
Aceite a “crise permanente” das humanidades, são feitas considerações sobre as fraturas sociais e políticas nas sociedades ocidentais do pós-guerra. A crise da democracia e as redes sociais online são associadas a um prejuízo do bem comum, a um “caos” condicionado pela ausência de controlo sobre os fluxos informativos e pelos mecanismos de persuasão numa sociedade aberta. Neste contexto, é sugerida a utilidade potencial das humanidades e da educação liberal no aperfeiçoamento da democracia. É ainda sugerido que as humanidades médicas têm um papel na construção de um profissional de saúde eticamente vigilante, resiliente e interventivo. Finalmente, são expostas referências críticas à ideologia meritocrática da sociedade neoliberal, com reflexos negativos nos processos de quantificação e avaliação anónima na academia, bem como no estado de saúde dos seus profissionais.
Palavras-chave: democracia, educação liberal, mecanismo de persuasão, meritocracia, sociedades ocidentais