Religious inscription in several areas of knowledge is undeniable. In the history of medicine the scientific and the spiritual mingle - the origin of the disease, the explanation of symptoms and medical practice were based on both empirical tradition and spiritual beliefs; in law, religion influenced the current model of laws and sentences and in some countries religious writings are still a tool for social organisation. As such, religions participate in scientific, political and cultural development.
Well-known names in philosophy and psychology, such as Thomas Hobbes, Michael Foucault, and Sigmund Freud have devoted part of their careers to understanding religious belief and its repercussions on human behaviour and suffering. The concept of sin and the fear of punishment were seen as necessary to maintain social order. However, we know that such concepts provoke "moral suffering" and can lead to feelings of guilt. Considering the role of religions in the representations that individuals make about their desires, thoughts, and also their reactions to adversities, we question the influence of religious culture on the establishment of psychological trauma. After a traumatic experience, if their history is marked by the presence of religion, or their family and community are organised through religious teaching, the representations they will make of the traumatic event may be affected by discourses that intensify the emotional and symptomatic effects. Or, on the other hand, religion can be the means of coping with trauma and is often a very effective coping strategy.
Discussions about religions place us more doubts than certainties, and perhaps that is why we once again set ourselves the challenge of addressing such a controversial but interesting subject. Does the present colloquium intend to bring to the discussion different views on the way that religions elaborate suffering after a traumatic event, would it be a secondary stressor or a positive coping strategy? And what implications can we elaborate for the prevention of psychological trauma and its mitigation in a clinical context?
Free, but mandatory registration.
Organisers: Trauma Centre of the Centre for Social Studies (CES) of the University of Coimbra
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Anselmo Borges - Padre da Sociedade Missionária Portuguesa. Estudou Teologia (Universidade Gregoriana, Roma), Ciências Sociais (École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris) e Filosofia (Universidade de Coimbra). Lecionou Filosofia e Teologia na Universidade Católica Portuguesa e no Seminário Maior de Maputo, Moçambique. É docente de Filosofia (Antropologia Filosófica, Filosofia da Religião, Ética, Mulheres e Religiões) na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Algumas das suas publicações: Marx ou Cristo?; Janela do (In)visível; Religião: Opressão ou Libertação?; Morte e Esperança; Corpo e Transcendência; Deus no século XXI e o futuro do cristianismo (coord.); Janela do (In)finito; Deus e o sentido da existência; Religião e Diálogo Inter-Religioso (esta última editada em 2010 pela Imprensa da Universidade de Coimbra). É colunista do “Diário de Notícias” sobre temas de religião.
Faranaz Keshavjee - Natural de Moçambique, chegou a Portugal em 1974, como retornada. Reiniciou a escolaridade em Portugal, no Bairro Alto. Estudou em escolas públicas e privadas, entre as quais o Lycée Français Charles Lepièrre. No ISCTE-IUL fez a licenciatura em Antropologia Social, e o Mestrado em Psicologia Social, com tese sobre “A Mulher Muçulmana em Portugal – processos psico-sociológicos de diferenciação entre os sexos”, sob orientação da Prof Dra Lígia Amâncio. Em 1994 iniciou mais uma pós-graduação em Estudos Islâmicos e Humanidades no IIS, Londres, para depois prosseguir para um programa de Doutoramento na Universidade de Cambridge, Corpus Christi College, na HSPS faculty. Trabalhou alguns anos no Centro Ismaili como Scholar da Tariqah Ismaili. Nos últimos 20 anos foi docente convidada na Universidade Católica, no SIRP, na Universidade Lusófona e no ISCSP-UL. Participou em inúmeras conferências em Portugal e apresentou papers em instituições académicas Europeias. Tem trabalhado nos media como especialista em assuntos Islâmicos para a TSF, o Publico, Expresso, e Visão.
Gwynyth Overland – socióloga, PhD em Sociologia Clínica e Sociologia da Religião, Conselheira Especial do Southern Norway Trauma Competency Centre (RVTS), e membro do Conselho da International Society for Health and Human Rights (ISHHR). Sua tese de doutorado centrou-se num estudo sobre a resiliência cambojana, com sobreviventes do regime Khmer Vermelho, que deu origem ao livro “Post Traumatic Survival: The Lessons of Cambodian Resilience” (2013). Dra. Overland possui diversos artigos e livros publicados, sobretudo com foco nas migrações forçadas e na saúde mental. Recentemente seus interesses de pesquisa incluíram o estudo da radicalização e do extremismo violento – último livro publicado “Violent Extremism in the 21st Century: International Perspectives” (2018).
Jana Javakhishvili - Presidente da European Society for Traumatic Stress Studies (ESTSS). Doutorada em Psicologia. Diretora do Instituto de Estudos de Dependência da Ilia State University, Tbilisi, Georgia, professora associada na mesma universidade e co-fundadora do Programa de Mestrado em Estudos de Vício e Mestrado em Saúde Mental (com o foco no ensino de Psicotraumatologia). Trabalha para a Fundação não-governamental Global Initiative on Psychiatry-Tbilisi (GIP-T), membro da Federação GIP, que facilita as reformas na saúde mental no Sul do Cáucaso, Ásia Central, Ucrânia, outros países da antiga União Soviética e atualmente também no Sri Lanka. Dra Javakhishvili trabalha em pesquisa, treinamento e tratamento de traumas desde 1995. Desde 2002, está envolvida no campo da transformação de conflitos como facilitadora dos processos de construção da paz na Geórgia e no sul do Cáucaso.
Joshua Ruah - Licenciou-se em Medicina em 1967, pela Faculdade de Medicina da Universidade Clássica de Lisboa. Médico Militar da CCS do BART 2.916 (1970), Diretor Clinico do Hospital Israelita de Lisboa (1974-1980), Diretor Clínico no Instituto de Urologia (1987-1988), Vice-Presidente da Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos (1992), Presidente da Presidente da Associação Portuguesa de Urologia para (1993 e 1995) e Coordenador da especialidade de Urologia do Hospital dos Lusiadas (2008). Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa entre 1979-1991 e 1995-1999, é atualmente Membro da Associação Portuguesa de Estudos Judaicos. Grande Oficial da Ordem do Mérito, atribuída em 2006 pelo Presidente Jorge Sampaio.
Luís Moita - Doutorado em Ética pela Universidade Lateranense (Itália), em 1967, com a classificação “summa cum laude” (10/10) – grau académico reconhecido pela Universidade Católica Portuguesa. Professor Catedrático de “Teorias das Relações Internacionais”, Director do Departamento de Relações Internacionais e membro do Conselho Científico da Universidade Autónoma de Lisboa, coordena o Mestrado em Estudos da Paz e da Guerra na UAL. Entre 1992 e 2009 foi Vice Reitor desta Universidade. Coordenou o Instituto Sócrates para a Formação Contínua na mesma UAL e dirige a unidade de investigação OBSERVARE (Observatório de Relações Exteriores). Em 1998 foi condecorado pelo Presidente da República portuguesa com a Grande Cruz da Ordem da Liberdade e em pelo Presidente da República italiana como Grande Oficial da Ordine della Stella della Solidarietá Italiana.
Rui Aragão Oliveira – Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Membro da Associação Internacional de Psicanálise, Psicanalista titular e com funções didáticas na Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade de Coimbra. Exerceu a atividade de docência universitária no ensino Público (Universidade de Évora) e Privado (Instituto Psicologia Aplicada). Dirigiu a Revista Portuguesa de Psicanálise. Foi membro inicial do Editorial Board Psychoanalysis. Pertence ao Comité de Assessores do Livro Anual de Psicanálise/Internacional Journal of Psychoanalysis e da Revista IDE. Autor de um vasto número de artigos, publicados em Revistas nacionais e internacionais da especialidade.