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Call for papers


Convidam-se professores, investigadores e arquitetos interessados no ensino do projeto de Arquitetura a propor um artigo para um dos quatro temas do colóquio. Os artigos selecionados serão publicados nas atas do colóquio. Deste conjunto serão selecionados oito participantes para realizar uma comunicação numa das sessões do colóquio. As propostas de artigo podem ser submetidas em inglês ou em português.
Cada autor só poderá submeter uma proposta de artigo.

Prolongamento do prazo de submissão:
As propostas deverão ser submetidas no site do colóquio até ao dia 4 de Julho de 2012.
Os resultados serão comunicados até ao dia 15 de Julho 
20 de Julho. Nesta data serão também indicadas as propostas selecionadas para comunicação.

 

1. Programas e Temas
Os Programas ou exercícios de projeto são uma parte fundamental da aprendizagem da arquitetura. É através dos exercícios de projeto, que simulam uma realidade de prática de escritório, que a formação de um arquitecto se alcança; no entanto essa prática de projeto, que é processo de aprendizagem, é simultaneamente uma reflexão sobre a resposta a um determinado contexto ou necessidade. Nos programas e temas de projeto conjuga-se uma aprendizagem do “como fazer” com “o que fazer”; e é essa conjugação que permite uma reflexão crítica sobre o produzir arquitetónico.

2. Instrumentos e Composição
Em arquitetura, e para o projeto de arquitetura, o desenho é um meio e não um fim; quer dizer que a finalidade do projeto de arquitetura é a arquitetura construída e não a produção de desenhos. No entanto, a arquitetura tal como a conhecemos desde o Renascimento é indissociável do desenho como instrumento de conceção e representação; e de um ponto de vista educativo, o desenho emula a construção da arquitetura projetada.
A condição de mediação do desenho (mediação no desenvolvimento de uma proposta projetual, da sua representação ou da sua comunicação) não retira a necessidade de forte investimento na sua aquisição instrumental: não apenas porque é necessário que o projeto traduza o mais fielmente possível uma determinada intenção, mas porque a prática de desenho permite a aquisição de capacidades específicas de observação, interioriza noções de escala, e permite, pelo carácter processual que lhe é próprio, aproximações sucessivas a um resultado.

3. Cruzamento disciplinar e Síntese
O Projeto de arquitetura, e a folha de projeto, são um espaço de confluência e de síntese; a crescente complexidade de resposta de um projeto de arquitetura implica o cruzamento de diversos olhares; para o arquiteto, o seu ponto de partida é disciplinar, quer dizer, parte sempre de uma ideia de intervenção de natureza disciplinar, uma ideia compositiva, ou define as regras de um jogo autoimposto.
Num momento de formação, um estudante de arquitetura não tem ainda a noção clara do conjunto de questões a que qualquer projeto é sujeito, nem pode sequer ter. Sendo claro que aquilo que pode ser aprendido numa escola de arquitetura são um conjunto de instrumentos ou capacidades instrumentais, e um conjunto de estratégias para abordar problemas de complexidade crescente, fica ainda assim por resolver a questão do ensino da síntese projetual, e do cruzamento disciplinar nele implícito.

4. Investigação em Projeto
É frequente os arquitetos docentes das disciplinas de Projeto referirem-se à sua prática projetual como investigação. De facto, para a área de Projeto a investigação é de capital importância: primeiro porque não existe, ainda, uma objetivação do significado de investigação em Projeto, ou antes e por excesso, tudo é investigação em Projeto; depois porque torna inseparável a investigação do ensino, e neste sentido, e por defeito, nada é, ainda, uma investigação em Projeto pois essa relação não se encontra definida.
Assim surge a necessidade de um debate sobre estratégias de ensino e aprendizagem em Projeto, sobretudo no segundo ciclo de estudos, que considere a investigação em Projeto como inseparável das adequações de aprendizagem às mudanças culturais que se têm operado na sociedade, dos novos papeis que os arquitetos são chamados a prestar, ou ainda às alterações tecnológicas de suporte à produção da arquitetura.