Este livro tem como objeto de investigação o trabalho e o emprego, o impacto da crise em termos de desemprego e precariedade, as políticas públicas adotadas ao abrigo do memorando com a Troika, o seu significado e as suas consequências. Aqui se demonstra que o resgate a que Portugal esteve sujeito fez do trabalho «variável de ajustamento» um «desequilíbrio», que, na sua origem, era antes de mais um desequilíbrio financeiro. Aqui se defende que o verdadeiro reequilíbrio passa pela revalorização do trabalho em todas as suas dimensões — retribuição, segurança, autonomia, participação na definição do destino das empresas e de outras organizações. 


Sobre o Observatório sobre Crises e Alternativas do Centro de Estudos Sociais

Criado em abril de 2012 com o objetivo de aprofundar o conhecimento das causas da crise económica, as consequências do chamado ajustamento estrutural, assim como apoiar a formulação de políticas alternativas às que decorriam do memorando e da sua aplicação no ciclo de governação que viria a terminar no final de 2015. No âmbito da sua atividade, o Observatório produziu três relatórios. O primeiro, A economia política do retrocesso: crise, causas e objetivos, traça um diagnóstico sobre o «ajustamento estrutural» como uma economia política orientada para a transformação regressiva do modelo social e político; o se­gundo, A financeirização do capitalismo em Portugal (Actual, 2016), analisa os mecanismos que explicam o peso que a finança adquiriu em Portugal em múltiplas áreas – da provisão de bens e serviços, da habitação à segurança social, passando pelo setor da água, defendendo que a ascensão da finança, em geral, e da banca privada, em particular, sendo tributária da integração europeia e da adesão ao euro determinou as principais dinâmicas socioeconómicas e políticas do país. E, por fim, o terceiro relatório, Trabalho e políticas de emprego: um retrocesso evitável, que a Actual agora publica, tem como objeto de análise a questão do trabalho e do emprego, bem como o impacto da crise em termos de desemprego e precariedade, as políticas públicas adotadas ao abrigo do memorando com a Troika, o seu significado e as suas consequências.