Muana Puó - Enigma
e transformação A obra Muana Puó, foi escrita em 1969, em plena época de
luta pela liberdade nacional. Talvez venha a chocar alguns leitores que
tenham conhecimento das obras posteriores de Pepetela. Em particular,
a linguagem simbólica, hermética, foge ao estilo que mais
tarde foi escolhido pelo autor, mas assa narrativa transmite uma mensagem
que até nos dias de hoje tem a sua razão de ser. Os morcegos,
guerrilheiros, clandestinos a viver na escuridão, tornam-se homens,
graças à sua heróica luta pela independência.
Mas o presente continua a ser apenas um ponto de encontro e de luta, entre
o passado e o futuro. Segundo o autor, cabe aos homens tomarem as decisões.
Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra - Distanciamento
e enraizamento no romance de Mia Couto. A obra utilizada como corpus para nossa pesquisa temática, foi
publicada no Brasil pela Editora Companhia das Letras, em 2003 e ainda
não tivemos acesso a estudos criticos e acadêmicos que possam
nos auxiliar. No romance por nós citado encontramos a utilização
de metáforas e de simbologias que analisam e também fazem
sua crítica à situação pós-independência
de Moçambique. O autor não se coloca contra o Estado que
lutou para concretizar, não é contra o novo e as mudanças
por ele trazidas. O que nos chama atenção na obra é
a preocupação do autor ao demonstrar que o novo não
deve ocupar o lugar dos valores ancestrais e nem venha acompanhado pela
corrupção e pela ambição dos conterrâneos
que desejam tirar proveito da confusa situação interna,
conseqüência ainda das guerras e das diferenças existentes
entre as várias etnias que compõem Moçambique.
Esta comunicação pretende trabalhar o período final
da ditadura brasileira em que a acumulação de energia nos
campos cultural e literário brasileiros mostra uma série
de produtos que revisam a identidade brasileira. De entre esses produtos,
destacam os de Nélida Piñon (A República dos Sonhos),
João Ubaldo Ribeiro (Viva o povo brasileiro) e Jorge Amado (Tocaia
Grande) em 1984, o ano em que previsivelmente teria lugar o fim da ditadura.
Esta comunicação se propõe a abordar, nos romances
O Segredo da Bastarda, de Cristina Norton (Portugal) e Boca do Inferno,
de Ana Miranda (Brasil), a metaficção historiográfica.
As autoras, nessas obras, resgatam a história real passada no século
XVII e XVIII e mesclam história e ficção de uma maneira
quase imperceptível. Elas se preocupam com a recomposição
da linguagem, dos costumes e, principalmente, com o resgate de um período
pouco explorado e conhecido da História política e social
desses países. A bandeira da língua como um arquétipo de pátria:
ficções da lusofonia em contexto pós-colonial "A nossa localização em África, na América e na Europa - em países tão diversos, ligados pela distância - concede-nos um estatuto muito especial, abrindo uma série de possibilidades ao inquérito histórico e comparado. Não se trata de nos considerarmos como um 'caso peculiar', que confirmaria ou infirmaria certas teses. Trata-se de assumirmos que a nossa especificidade pode ser elaborada conceptualmente e trabalhada enquanto campo teoricamente conhecível" (Nóvoa, 2000: p. 127). Apesar dos debates que se vêm travando (Santos, 2002; Ramalho e Ribeiro 2002; Bastos, Almeida & Feldman-Bianco, 2002), o conceito de lusofonia é ainda um atributo marcado pela ambiguidade com que circula no processo de produção de conhecimentos e de sentidos, quer no campo ideológico, quer no campo das ciências sociais. Seria ingénuo supor que o processo de produção de noções e categorias de conhecimento é independente das estratégias ideológicas e de poder dos grupos sociais que detêm os meios de produção de significados e de sentidos para as práticas do colectivo. Isto é tanto mais importante quando sabemos que a circulação destes sentidos interpelam permanentemente o sujeito para a reconstituição de novos processos de subjectivação e de identificação orientados para a tomada de posições, ou seja, para a acção social e política. Por outro lado seria no mínimo incompreensível ignorar a existência de significações culturais singulares bem como a partilha linguística entre países que travaram, com Portugal, em tempos e espaços muito amplos, relações históricas e experiências coloniais e pós-coloniais muito diversas. Para encontrar esta especificidade é necessário elaborar conceptualmente sobre este campo de descontinuidades permanentes, razão pela qual nos parece de toda a pertinência desenvolver um trabalho de comparação. Isto porque, independentemente da proximidade linguística e cultural ou da distância espácio-temporal é necessário interrogar sistematicamente o modo como alguns conceitos são produzidos, apropriados e incorporados nos discursos de verdade. Para conhecer e produzir conhecimentos sobre esse campo teoricamente conhecível, impõe-se portanto reflectir sistematicamente sobre o modo como observamos a realidade a partir de determinadas categorias de pensamento e, também, o modo como essas categorias têm de ser pensadas como construções destinadas a representar a própria realidade. Língua Portuguesa: diversidades literárias – o caso das literaturas africanas "Assim como em todas as coisas humanas Os últimos tempos, férteis em eventos baseados na celebração
da partilha da Língua Portuguesa, não podem deixar de nos
surpreender, pela crescente importância atribuída à
Língua e ao papel que lhe é conferido como "cimento"
do chamado "espaço lusófono". |
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