Responsabilidade social e sonegação
no Brasil Este trabalho é resultado de pesquisa qualitativa empreendida pelo autor, utilizando entrevistas não-estruturadas, sobre sonegação de impostos, taxas e encargos sociais, quando adotada por empresas que praticam ações socialmente responsáveis. Essa atitude é "justificada" pelos pesquisados sob o argumento de que é insuportável, para as empresas, a carga tributária imposta pelas três esferas de governo. Também aparece o argumento de que é melhor atuar diretamente sobre os problemas da comunidade do que aportar recursos que podem ser desviados na máquina governamental. Percebe-se que, sendo uma atitude que se generaliza, a sonegação passa a ser tolerada pela sociedade e acaba por ser incorporada às "estratégias" das empresas, como forma de estarem nas mesmas condições de competitividade. Conclui-se pela necessidade de que as esferas de governo tratem da adequação da legislação fiscal e das alíquotas praticadas, de forma a não tornar atrativa a possibilidade de sonegação.
Contextualização: A pesquisa aborda a questão da violência
ilegítima praticada por membros da Polícia Militar, no estado
do Rio Grande do Sul, nos anos 90, e a posição do Poder
Judiciário estadual relativamente a essa prática de atos
violentos tidos como criminosos. A pesquisa examina a legitimidade do sistema penal,
a partir da ação do próprio aparelho judicial ao
decidir sobre os crimes praticados por membros da Brigada Militar, ( Polícia
Militar) buscando antever se o Judiciário estaria apto ou não
a controlar a violência ilegítima praticada pelos agente
estatais encarregados da manutenção da ordem pública. O Ceará na mira da pistolagem Venho coletando dados sobre crimes de encomenda
no Ceará que ocorreram desde o ano 1982 até a data presente.
Atualmente, escrevo uma tese de doutorado em sociologia pela Universidade
Federal do Ceará e desenvolvo minhas pesquisas sobre os crimes
com indícios de pistolagem no Ceará e em algumas de suas
fronteiras interestaduais, cito os estados do Rio Grande do Norte, da
Paraíba e de Pernambuco.
Esta comunicação incide sobre as principais conclusões de uma tese de mestrado por mim apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas em 2003, subordinada ao tema "A Construção Social do Sentimento de Insegurança em Portugal na Actualidade". Neste estudo são consideradas duas dimensões distintas no sentimento de insegurança, nomeadamente o medo do crime e a preocupação pela ordem social. A primeira dimensão manifesta-se sobretudo em comportamentos de protecção do domicílio ou medidas cautelares face à vitimação, sendo expressa na primeira pessoa: "tenho medo de ser assaltado" ou "não me sinto seguro na rua à noite". Por sua vez, a preocupação pela ordem social traduz uma inquietação com a sociedade em geral, com o mundo dos valores e das normas, expressando-se por exemplo na ideia de que a violência ou a criminalidade vão aumentar ou na exigência de uma ordem e uma segurança de tipo repressivo. A perspectiva central deste trabalho é a de que o sentimento de insegurança, mais do que um fenómeno resultante das variações da criminalidade, deve ser entendido como uma representação social, para a qual concorrem múltiplos factores de ordem identitária, cultural e situacional. Assim, neste estudo procura-se apurar a eventual existência de uma relação entre o sentimento de insegurança o crime participado às polícias e as representações da violência. Pretende-se igualmente perceber se outros factores, como as características socio-culturais dos indivíduos, a sua relação com as autoridades (polícia e tribunais) e, também, a sua relação com o "Outro"(centrado aqui essencialmente na figura do estrangeiro, de alguém com uma nacionalidade/etnia distinta) influenciam a construção social deste mesmo sentimento. Referindo algumas conclusões, os inquiridos dos grandes centros urbanos (nomeadamente dos distritos de Lisboa e Porto) revelam-se mais inseguros do que os restantes; o grau de violência/gravidade que é atribuido a determinados crimes parece contribuir para que estes sejam associados à insegurança; os inquiridos que foram vítimas de um crime afirmam sentir-se mais inseguros, adoptando também mais comportamentos cautelares face à vitimação. Entre as características socio-culturais dos indivíduos, o sexo e a idade, o estrato social de pertença (nomeadamente o capital escolar e económico) e o ter filhos destacam-se como sendo as que estão mais relacionadas com o sentimento de insegurança. De facto, as mulheres e os que têm filhos afirmam-se mais inseguros, os idosos e os indivíduos de estratos sociais mais baixos revelam mais medo do crime, enquanto os pertencentes a estratos sociais mais elevados se mostram mais preocupados com a ordem social. A relação dos indivíduos com as autoridades e a sua relação com o "Outro" também se revelam pertinentes nesta análise. Os inquiridos que menos confiam nas autoridades (polícia e tribunais) e os que demonstram maior dificuldade de relacionamento com cidadãos de outras etnias/nacionalidades em situações do quotidiano e no emprego mostram-se mais inseguros, em especial a nível da preocupação pela ordem social.
A redemocratização do Brasil, iniciada
em 1985, embora permitindo uma consolidação e renovação
das instituições, repôs novos dilemas referentes à
implantação da lei e da ordem. Ao longo do tempo que sucede
ao processo de redemocratização, o abuso da autoridade policial
e as práticas violentas contra crianças e adolescentes ganharam
concretude. Os massacres de jovens nas periferias das grandes cidades
atestaram os limites da política de segurança pública
no País, cujo cenário foi agravado pelo aumento do medo
e da insegurança. Se é verdade que os dilemas enfrentados
na implantação da lei e da ordem ultrapassam o campo de
uma política de segurança pública, é fato
recorrente que a população continua a exigir mais ordem
e segurança, não obstante a desconfiança que depositam
nos órgãos competentes para o exercício dessa finalidade.
As violências urbanas em América Latina: exclusão
e medo, uma comparação entre o Saõ Paulo (Brasil)
e Medellín (Colombia) São Paulo (Brasil) e Medellín (Colombia)
são duas cidades consideradas como umas de as mais perigosa no
nível latinoamericano e mundial; ambas refletem o fenômeno
contemporaneo da violência urbana em diversas de suas expressões
mais elevadas (trafico de droga, sequestro, assassinos no salário);
são cidades, também, com níveis elevados da exclusão
social, com as grandes zonas da pobreza e cidadão estigmatizados
por uma forte associação da pobreza com violência.
A proposta desta comunicação quere comparar os modos como
os governos locais de ambas as cidades enfrentaram os problemas derivados
dos fenômenos enunciados previamente, fazendolo em dois níveis:
primeiramente nas políticas internas, tanto as tentativa respeito
da ruptura com stigmas que geram o medo antes que os membros de determinados
grupos sociais como com as causas do socioeconomicos que originam comportamentos
criminal em umas zonas especificas de la cidad; o segundo nas políticas
externas, isso que tentam criar uma imagem da cidade diferente de essa
da violência, tratando para quebrar com os stigmas das cidades perigosas
que couberam às duas cidades. |
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