Considerações acerca do Complexo Científico
-Tecnológico nas Sociedades Industriais Brena Paula Magno Fernandez (Universidade Federal de Santa Catarina) brena@porttal.com.br Foi nas modernas sociedades industriais que o crescimento
econômico, associado à idéia de progresso, tornaram-se
as bases para qualquer projeto social futuro. A ciência e a tecnologia,
num processo ascendente que se inicia no sec. XVII, com a Revolução
Científica, atravessa o Iluminismo (sec. XVIII), e culmina na Revolução
Industrial (sec XIX), são identificadas, com nitidez da mesma forma
crescente, como os fatores críticos no processo de realização
desse ideário de crescimento e desenvolvimento econômicos
de longo prazo. Inovação e Sociedade Civil: um debate em construção Nos países avançados, a problemática
da inovação adentrou na agenda de diferentes setores como
governos, corporações, universidades, centros de pesquisa
e movimentos sociais. Desde os anos 80, os países da OCDE vêm
alterando o padrão de apoio à indústria, pois ao
invés de subvencionarem empresas através de contratos de
P&D específicos e pontuais, os governos desses países
passaram a criar condições para que a atividade produtiva
se organize de forma sistêmica e integrativa. A justificativa para
esse investimento social na inovação se baseia na tendência
à integração entre pesquisa, desenvolvimento tecnológico
e atividade produtiva, articulados dentro de uma nova perspectiva de gestão
do conhecimento. A nova economia, baseada na aquisição contínua
de conhecimento e informação, investe em rearranjos intersetoriais
e multidisciplinares para a manutenção das condições
de competitividade da produção industrial. Novos arranjos
organizacionais são criados com vistas à otimização
da prática tecnológica e aprimoramento das sinergias entre
instituições de pesquisa e a esfera produtiva. O conceito
de sistemas nacionais de inovação adquire grande primazia
durante os anos 90, advogando que as interações entre agentes
econômicos, as instituições de pesquisa e organismos
governamentais estipulam ações recíprocas que geram
a capacidade de desenvolvimento. Nesse sentido, políticas locais
e setorizadas passam a ser imprescindíveis para a compreensão
do potencial inovativo de uma nação e região, independentemente
da atividade específica de cada setor e das oscilações
da demanda. Gestão do conhecimento no contexto empresarial: competência
e tecnologia. A gestão do conhecimento organizacional passa, por um conjunto de processos que governa a criação, a disseminação e a utilização de conhecimentos no âmbito das organizações.É aquela em que o repertorio de saberes individuais e dos socialmente compartilhado pelo grupo é tratado como um ativo valioso, capaz de entender e vencer as contingências ambientais, sociais e tecnológicas que viabilizam a geração, a disponibilidade e a internalização de conhecimento com o propósito de subsidiar a tomada de decisão. O estágio de desenvolvimento econômico de um pais ou região pode ser avaliado, em função das suas atividades na área da inovação e criação de empresas de base tecnológica, predominantes na iniciativa privada, atuam como uma verdadeira alavanca que impulsiona a transformação de conhecimentos em riquezas e acumulação de capital físico e intelectual.A revolução tecnológica no século XX gerou grandes mudanças econômicas e industriais, no mundo inteiro. Vira o seu efeito atuarem como se não existissem fronteiras nacionais. A transferência de novas tecnologias para lugares distantes e a interligação das empresas, no mundo inteiro criaram um novo ambiente competitivo. O investimento permanente nos recursos humanos pode representar a diferença entre acompanhar a mudança ou ficar paralisado perante a competitividade dos mercados. Em economias abertas e competitivas, são os investimentos nas pessoas e no desenvolvimento de novos produtos/serviços e tecnologias que melhor enfrentam o choque das mudanças.A importância da aplicação da tecnologia e do empreendedorismo no desempenho e na competitividade das empresas é indiscutível. Atualmente, novos produtos e processos dão às empresas a possibilidade de compensar seus recursos escassos ou debilitados. Eles são superados pela utilização da tecnologia e da inovação.A estratégia é aprender. A organização que privilegia aprendizagem ainda é muito novo no universo administrativo-empresarial. As empresas Learning Organization, começaram se estruturar e a se multiplicar nos últimos anos. Aprender significa vantagem competitiva douradura. Portanto, partindo de revisão da literatura, pesquisa documental e de campo em empresas brasileiras, nossa intenção foi desenvolver um modelo integrado e constatou-se que a Gestão do Conhecimento implica, necessariamente, o desenvolvimento de competências inter-relacionadas nos planos estratégicos, organizacionais e individuais. É difícil imaginar uma sólida estratégia corporativa que não coloque a aquisição, desenvolvimento e manutenção de habilidades e competências individuais e coletivas como ponto central para o sucesso competitivo.Por competência entende-se: um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao individuo. As empresas de serviços globais focam o desenvolvimento de competências estratégicas por meio do crescente compartilhamento do conhecimento na rede corporativa. De fato, as competências essenciais fornecem a base para o realinhamento continuo do modelo social da empresa, das rotinas dinâmicas e da base de conhecimento mediante a metaaprendizagem para construir e sustentar vantagens competitivas.Empreendedores melhores preparados terão excelentes condições de saber quando, como e onde iniciar seus empreendimentos, quais as alternativas para traçarem suas carreiras, de que forma maximizar seus objetivos, não só para satisfação pessoal, porém, também para a melhoria da sociedade.
Atualmente, no Brasil, existe uma onda de testes
de paternidade DNA (nos laboratórios públicos e em clínicas
particulares) que levanta reflexões interessantes quanto à
interseção das esferas médica e jurídica e
sua influência sobre as relações de gênero e
de parentesco na sociedade contemporânea. Para analisar esse fenômeno,
acompanhamos nas diferentes instâncias jurídicas em Porto
Alegre (na Defensoria da República, nas Audiências de Conciliação,
na Vara de Família e no Serviço Médico do Tribunal)
pessoas envolvidas em disputas jurídicas em torno da identidade
paterna. Investigamos também como recentes mudanças nas
leis de reconhecimento paterno são acionadas pelas diferentes personagens
do cenário. A partir desses dados, levantamos a hipótese
de que, longe de inspirar maior tranqüilidade, a simples existência
do teste atiça as dúvidas. Tendo repercussões profundas
sobre a nossa maneira de 'saber' quem é pai, a situação
descrita nesse paper traz novos desafios para uma antropologia do conhecimento,
voltada para a análise das crenças (inclusive científicas)
ocidentais.
Neste artigo, pretendemos analisar as principais mudanças sociais operadas sobre a imagem social do corpo na cultura contemporânea. Trata-se, igualmente, da controvérsia social sobre o futuro dos corpos, explorando o papel da ciência da tecnologia nas novas concepções acerca do corpo, da vida e da morte. O interesse deste trabalho radica em reconhecer o carácter profundo das interligações que existem entre a vida social e o corpo e "a socialização da natureza" .Expressão que refere o facto de que certos fenómenos que dantes eram naturais ou que vinham dados pela natureza agora têm um carácter social, isto é, dependem das nossas próprias decisões. A reprodução humana é um exemplo disso. As transfusões de sangue, os transplantes de órgãos, as procriações artificiais, as fecundações in vitro, os experimentos em seres humanos, as manipulações genéticas,
As tecnologias de informação e de
comunicação associadas à biotecnologia vêm
ocupando um espaço cada vez mais significativo no que diz respeito
às experiências corporais e subjetivo dos indivíduos
na atualidade. Considerando a importância em se pensar as relações
existentes entre a subjetividade e os cuidados com o corpo, abordaremos
como essa relação passou a ser potencializada e mediada
pelas novas tecnologias e pelas mudanças, ainda em curso, no sistema
capitalista. |
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