A Agressão Masculina
nos Contextos da Violência Contra As Mulheres. Esta comunicação resulta de uma reflexão em torno
dos resultados empíricos de vários estudos elaborados pela
FCSH-UNL 1 através do SociNova2, sobre a temática da violência
e da criminalidade perpetradas contra as mulheres, em Portugae. Pretende-se
abordar o fenómeno da violência numa perspectiva relacional,
dando um grande ênfase ao contexto sociocultural do agressor, de
forma a ultrapassar as visões centradas essencialmente na vítima. De certo modo, poder-se-á dizer que a violência que afecta as mulheres é também socialmente construí da, quer pelos contextos socioculturais mais próximos que lhe estão associados na esfera das interacções quotidianas da vida privada e social, quer pelos contextos das várias camadas da sociedade envolvente, que, pela estigmatização dos géneros e dos papéis sociais institucionalizados, criam condições para que ela ocorra com diferente intensidade e frequência. Quanto ao perfil social dos agressores, e tendo por referência
os estudos citados, verificase que na relação de parentesco
com as vítimas predominam os maridos (49,6% IMLs; 40% Custos Sociais),
sendo que, nos resultados do estudo do IML de Coimbra 12,2% das mulheres
vítimas têm como agressores os namorados.
A interferência na família por parte de entidades externas
pode configurar a intervenção informal (por exemplo por
parte de outros familiares ou dos vizinhos) ou formal e institucionalizada
(por exemplo por parte das agências sociais e/ ou judiciais). Partindo
de uma análise cultural do problema da violência no seio
da família, pressupomos que a interferência formal e institucionalizada
é condicionada pelas crenças, valores e práticas
sociais que consubstanciam uma percepção da família
que é partilhada pela comunidade em determinado momento histórico
(percepção social), definindo, de forma tácita, as
normas, os limites e as expectativas em relação a essa mesma
interferência. Quando os maus tratos conjugais configuram um crime
público importa conhecer a percepção da comunidade
em relação às expectativas de comportamento de uma
mulher vitima de violência conjugal, às expectativas em relação
às medidas a aplicar ao agressor e à motivação
para intervir numa situação de maus tratos conjugais, alheia
ao próprio, sugerindo a expectativa de comportamento por parte
da comunidade em geral, no que concerne às situações
de maus tratos conjugais. Conhecer, Capacitar Prevenir: uma proposta interdisciplinar de
enfrentamento da violência doméstica contra crianças
e adolescentes no município de Ponta Grossa- PR. A violência, em suas diferentes expressões, tem sido um
dos fenômenos que mais preocupam a sociedade brasileira. Muito se
tem discutido sobre formas para o seu enfrentamento, porém, pouco
se fala em termos de prevenção. O presente trabalho expõe
a experiência de um Projeto de Extensão da Universidade Estadual
de Ponta Grossa - Paraná, que tem como cenário principal
a escola, que por se configurar no espaço onde alunos, familiares
e profissionais da educação convivem, torna-se um "lócus"
significativo de discussão e re-significação das
relações sociais permeadas pela violência, em especial,
àquelas desenvolvidas no seio familiar. Com o objetivo de sensibilizar
os sujeitos envolvidos nessa temática, uma equipe interdisciplinar
busca resgatar / recriar formas democráticas de relacionamento
e educação, que privilegiam o respeito, o diálogo,
o afeto, respaldados nos princípios da Cultura da Paz (UNESCO).
Propõe-se também a rejeição ao "pacto
do silêncio", do qual participam vítimas, familiares
e, infelizmente muitos profissionais que, de alguma forma, mantêm
relações sociais com estas famílias. O Projeto incentiva
a notificação dos casos de violência aos órgãos
de defesa dos direitos da criança, entendendo que a omissão
da escola contribui para que o fenômeno da violência doméstica
contra crianças e adolescentes se reproduza socialmente. Violências na conjugalidade: um problema simétrico? Esta Comunicação tem por base o desenvolvimento de parte
da fundamentação teórica de uma investigação
intitulada "Violência conjugal: um problema simétrico?
Representações sociais masculinas e femininas" (título
provisório), que decorre no âmbito do II Curso de Doutoramento
em Sociologia, no Instituto de Ciências Sociais, da Universidade
de Lisboa. Da Norma Universal à Acção Local: os direitos
das crianças em Portugal e Cabo Verde Direitos humanos e soberania dos Estados assumem-se como dois princípios
constitutivos da actual comunidade internacional, que coexistem e interagem
numa relação de tensão dialéctica, que se
manifesta num movimento contraditório entre uma expansão
desterritorializada de direitos e uma retracção territorializada
de políticas: se a codificação de direitos individuais
ultrapassa fronteiras nacionais, a sua organização e esquemas
de protecção permanecem situadas no plano nacional (Soysal,
1994). Os debates no universo conceitual sobre adolescente infrator parecem
deixar em segundo plano o foco que ilumina as análises baseadas
na família que propõe a pensar o adolescente como ser em
desenvolvimento, que faz parte de um complexo multifacetado, do qual a
família é parte constitutiva e principal. Diante da ineficiência
das propostas no atendimento a adolescentes em conflito com a lei, que
não tem levado em conta tal complexidade; da visão estigmatizada
da sociedade sobre eles, propôs este estudo, com o objetivo de refletir
o papel socializador da família na perspectiva dos jovens, família
e profissionais que atuam junto a Vara da Infância e da Juventude
de João Pessoa - Pb, Brasil, na aplicabilidade das Medidas Sócio-Educativas
do Estatuto da Criança e do Adolescente. Demonstrando a evolução
do conceito de família e qual a influência que as novas formas
exercem sobre o adolescente infrator; Identificando o grau de importância
que os agentes pesquisados atribuem à família na socialização
do adolescente infrator; E demonstrando a escassez de políticas
públicas que assistem as famílias no processo de socialização.
Participaram deste estudo 18 jovens, de ambos os sexos, com idade entre
15 e 19 anos, que responderam ou respondem a processos na Vara acima citada,
e suas respectivas famílias, como agentes privilegiados entrevistamos,
02 Juízes de Direito, 02 Psicólogas, 03 Assistentes Sociais
e 01 Pedagoga, todos funcionários da respectiva Vara. A entrevista
individual com roteiro semi-estruturado foi o principal instrumento de
coleta de dados, sendo complementada por notas em diário de campo,
pesquisa documental e bibliográfica. As falas dos entrevistados
também foram utilizadas como dados complementares para conferir
ênfase ao tema que estava sendo abordado. A análise desenvolveu-se
utilizando uma abordagem qualitativa dos dados numa perspectiva analítico-crítica.
E demonstrou que as várias facetas na vida e composição
familiar que influenciam o adolescente são apontadas pelos profissionais,
pelos jovens e inconscientemente pelos pais como sendo a maior dificuldade
deles viverem o dia-a-dia longe das infrações. A vida concreta
desses adolescentes é percebida por eles pela precariedade, não
só econômica, mas também de vínculos, eles
vivem sofrendo a influência de violência, na provisoriedade
e na instabilidade, perpassados por aspectos psicossociais como estigmatização
e culpabilização. A vivência dessa realidade parece
gerar sofrimento, freqüentemente, expresso pela revolta como forma
de demonstrar a inconformidade diante das condições de existência
e dos tratamentos recebidos. Os pais não requerem aquilo que os
filhos tem de direito, por desconhecerem seus próprios direitos
e também fica claro a omissão do Poder Público e
a passividade que os agentes privilegiados, conhecedores de suas obrigações
e de tais direitos, quanto à falta de políticas públicas
que proporcione condições dos adolescentes abandonarem de
vez esse tipo de vida. A coexistência desses motivos, dentre outros,
acrescido da humilhação e descriminação e
truculência com que se referem ser tratados pela polícia,
parecem favorecerem a inclusão no mundo do crime. Expressam o desejo
de socialização, passando pela profissionalização
e retomada dos estudos, para isso refere-se sempre a necessidade de apoio
familiar e profissional dos que estão ligados às Medidas
imposta pelo M.M. Juiz, sem os quais a socialização não
deve passar de uma ilusão, que descrimina, humilha e gera sofrimento.
Representações e práticas de violência
conjugal em casais de diferentes meios socioprofissionais A presente comunicação pretende dar a conhecer alguns resultados essenciais de uma investigação onde, entre outras formas de violência na família, se analisou a violência sobre as mulheres no contexto das relações conjugais. Através de uma metodologia intensiva-qualitativa, procede-se à análise de um conjunto de variáveis, de forma a compreendermos de que modo as construções simbólicas de cada género e do casal sobre esta realidade orientam (as suas) práticas de violência concretas. |
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