Oficina de Poesia
 
 


n.3 - 2ª série

Data de Publicação: Junho 2004

 
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Editorial

Mais um número da Oficina de Poesia que se concretiza. Certo o tempo e mais preocupados com a imagem - a poesia concreta nas imagens de Alexandre Mestre -, não descurando o conteúdo, por vezes tão vasto que se torna difícil seleccionar o melhor e restringi-lo a pouco mais de uma centena de páginas.
Começamos pelos convidados. Dois poemas inéditos de Angelo Manitta, poeta, fundador e presidente da Accademia li Convivio, e também professor universitário em Itália. Do Brasil, alguns inéditos de Andityas Soares de Moura, poeta, ensaísta e professor na Universidade de Barbacena. Numa outra vertente, Álvaro Alves de Faria entrevista Hilda Hilst, uma das maiores poetas brasileiras que "há mais de 30 anos se refugiou num sítio da região de Campinas, no Interior paulista, e vive cercada de personagens calados no fundo dos livros" e que, por infeliz coincidência, já não está entre nós. Álvaro Alves de Faria é jornalista cultural, poeta, ensaísta, dramaturgo e ficcionista brasileiro, tendo publicado em Portugal dois livros de poesia e organizado a antologia Brasil 2000 - Antologia de Poesia Brasileira Contemporânea (Alma Azul).
Além destes, participam neste número Fernando Aguiar com poesia visual e concreta; João Maria André, professor de Filosofia, poeta, actor, encenador e actual director do Teatro Académico de Gil Vicente; Michael Franco, poeta norte-americano, que dirigiu durante vários anos o projecto Ward af Mauth, o qual trouxe a Boston grandes nomes da poesia contemporânea norte-americana para leituras públicas; e ainda, Sarah Bridges, João de Mancelos e Porfirio Al Brandão.
Revelam-se novos poetas do curso de Poética e Escrita Criativa e da Oficina de Poesia, enquanto se continuam a mostrar trabalhos outros que, de forma constante ou intermitente, vêm à sessões de seminário do Curso Livre da Faculdade de Letras, nas noites de terça-feira, na Biblioteca do CES, ouvir, participar na reflexão, desconstruir e reunir, procurando material para a escrita ou respostas meta poéticas. Escrevem, desenvolvem escritas que transformam a realidade da palavra em actualização contínua, mesmo quando esta se afigura estática e vincada por tradições.

Natália Teles Nunes