Resumo: Os actuais debates sobre saúde, cidadania e política surgem no seio de um conjunto de
reflexões marcado, por um lado, pelas transformações operadas no campo da (bio)medicina e do
poder, e por outro lado, pelas reconfigurações introduzidas por diversos actores colectivos. Este
texto coloca a hipótese de que algumas das mais visíveis redefinições em curso no panorama da
saúde se desenvolvem nas constituições mútuas desses processos de biomedicalização (da política)
e de politização (da biologia). Colectivos como as associações de doentes ilustram-no de forma
exemplar. Numa análise sobretudo teórica e conceptual, sugere-se que estes debates
contemporâneos sejam postos em diálogo, à medida que se trace um breve quadro da “vida como
política”.
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