III Ciclo Anual Jovens Cientistas Sociais
2007-2008

Coordenação científica: Marta Araújo, José Manuel Mendes e Marisa Matias


CONFERÊNCIAS

24 OUTUBRO 2007
Cláudia Pato de Carvalho – Massachusetts Institute of Technology, EUA
Reinventando Identidades e Reconfigurando Fronteiras: o Papel das Práticas Culturais na Criação de Cidadanias. Exemplos de três estudos de caso em comunidades urbanas de Boston (EUA)

Comentários: Graça Capinha e Luciana Mendonça

Resumo
Esta apresentação centra-se, por um lado, no papel das dinâmicas culturais e artísticas na revitalizão social de três comunidades urbanas da área metropolitana de Boston (EUA). Por outro lado, reflecte sobre a importância destas dinâmicas na criação de espaços cívicos e multi-étnicos de participação. Desta forma, pretende-se reflectir sobre os diferentes tipos de cidadania nas três comunidades estudadas, nomedamente Union Square (the Arts District case), Villa Victoria/South End (Grassroots movement case) e Jamaica Plain (TheCommunity and Festivals Arts case).

Nota biográfica
Cláudia Pato de Carvalho é Investigadora Afiliada do Center for Reflective Community Practice (Department of Urban Studies and Planning, MIT, EUA). Encontra-se presentemente a realizar o Doutoramento em Sociologia Reinventando Identidades e Reconfigurando Fronteiras: o Papel das Praticas Culturais na Criação de Cidadanias, pela FEUC e em colaboração com o Center for Reflective Community Practice (Department of Urban Studies and Planning, MIT, EUA).


22 NOVEMBRO 2007
Sandro Mendonça – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa
Modelos de inovação
Comentários: José Reis e Filipe Almeida

Resumo
Nesta conferência far-se-á revisão da forma como o papel da ciência em relação à inovação tem sido definido nas últimas cinco décadas, mostrando a mudança de um modelo linear para um modelo de interpretação de ligações em cadeia. É proposto um modelo de terceira geração, que sumaria a investigação em curso sobre a natureza do conhecimento economicamente útil, a diversidade dos intervenientes na aprendizagem e os resultados da inovação. Embora a visão de ligações em cadeia vá mais além do modelo linear quando insiste em que a ciência é parte do processo mas não necessariamente o seu passo inicial, sente-se hoje a necessidade de reconhecer explicitamente a dimensão associada à multiplicidade de actores de inovação e o contexto institucional mais amplo em que ocorrem formas distintas de aprendizagem. A razão é simples: quase todos os produtos com elevado valor acrescentado incorporam elementos de conhecimento científico. Mas a ciência é apenas uma entre diferentes fontes de conhecimento que induzem crescimento baseado em inovação. Deverá ser dada mais atenção ainda à compreensão de mercados e de organizações.

Nota biográfica
Sandro Mendonça ensina no Departamento de Economia do ISCTE e investiga no Dinâmia/ISCTE e no SPRU, University of Sussex, Reino Unido. Estudou Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão, Universidade Técnica de Lisboa, e na Universidade Erasmus de Roterdão, tendo leccionado na Faculdade de Economia, Universidade Nova de Lisboa, e no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). Nas suas actividades de consultoria tem interagido com várias entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras, em áreas como a política social, política de inovação e a gestão estratégica. Os seus interesses de investigação abrangem a economia e gestão da inovação, política pública de ciência e tecnologia, propriedade intelectual, prospectiva estratégica, medição da mudança tecno-económica, história económica e empresarial.


19 DEZEMBRO 2007
Ana Elisa Cascão - King’s College, Londres, UK     
Quando poder e água se misturam: como partilhar recursos hídricos internacionais?     
Comentários: Paula Duarte Lopes e Marisa Borges

Resumo
Rios internacionais correm de montante a jusante atravessando, cruzando, ou mesmo coincidindo com fronteiras internacioniais de diversos Estados. Cerca de 263 bacias hidrográficas internacionais no mundo são partilhadas por dois ou mais países. Estes recursos hídricos servem vários fins económicos – agricultura, indústria, produção de electricidade, turismo, serviços, ou consumo doméstico. Mas estes mesmos recursos recursos involvem diversas dimensões políticas – gestão hídrica inter-estatal, criação de instituições, direito internacional, imagem dos líderes políticos, religião, fronteiras, etc. Poder político e água cruzam-se em várias fronteiras!
Nas últimas décadas, várias escolas das Relações Internacionais têm dedicado os estudos a várias bacias hidrográficas internacionais, especialmente no Médio Oriente e África. As escolas realistas tendem a dar particular destaque à possibilidade de "guerras de água" entre Estados. As escolas institucionalistas vieram reverter o discurso pessimista dos realistas para chamar a atenção para as potencialidades da "cooperação hídrica".  Ambas as escolas tendem a ignorar um importante factor nas relações hidropolíticas entre Estados ribeirinhos – poder político.
O objectivo desta apresentação é chamar a atenção para a importância das assimetrias de poder político (poder cercivo, negocial, discursivo, e estrutural)  entre Estados que partilham bacias hidrográficas e perceber como essas assimetrias condicionam a gestão dos recursos hídricos. O papel da comunidade internacional, nomeadamente agências bilaterais e institutições financeiras internacionais, será também discutido. Esta discussão é guiada pelo quadro teórico "Hidro-Hegemonia e Contra Hidro-Hegemonia em bacias hídricas transfronteiriças", que está a ser desenvolvido pelo London Water Research Group – Univerisdade de Londres. Exemplos de situações hidro-hegemónicas nos rios Nilo, Jordão e Tigre-Eufrates serão apresentados.

Nota biográfica
Licenciatura em Relações Internacionais - Universidade do Minho, Braga. Mestrado em Estudos Africanos - ISCTE, Lisboa (Título da tese: Conflito e cooperação na Bacia do Rio Nilo) Estudante de Doutoramento no Departamento de Geografia do King's College - University of London (Título da tese: Political Economy of Water Resources Management in the Eastern Nile River Basin) Trabalho de campo realizado na Etiópia, Sudão e também Egipto (onde vive actualmente).      


9 JANEIRO 2008
Clara Maria Laranjeira Sarmento e Santos –Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Instituto Politécnico do Porto
A Cultura Popular Portuguesa e o Discurso do Poder: Práticas e Representações do Moliceiro
Comentários: António Sousa Ribeiro e Tiago Alves

Resumo
"A Cultura Popular Portuguesa e o Discurso do Poder: Práticas e Representações do Moliceiro" estuda um objecto e o discurso por ele evocado, enquanto representação, invenção e reinvenção da cultura popular de uma região portuguesa. Contudo, esta comunicação pretende também ver através do objecto, isto é, "atravessar a [sua] opacidade inoportuna", tal como propõe Michel Foucault em A Arqueologia do Saber. Esse objecto é o barco moliceiro da Ria de Aveiro que, mais do que um caso de tradição versus modernidade, constitui uma representação da identidade cultural de uma comunidade intimamente ligada ao ecossistema lagunar. Os painéis do barco moliceiro são assim representações simbólicas intersemióticas dos valores, práticas e representações partilhadas pela comunidade local. Os textos icónicos e escritos patentes em cada barco são produto de uma rede de circunstâncias políticas, ideológicas, sociais e económicas, dificilmente reconhecidas mesmo por aqueles que desenham, pintam e escrevem (e vivem) sob a sua influência. Ao longo do século XX, o moliceiro e seus painéis participaram numa complexa dialéctica entre as representações do discurso oficial e a sua real função social, económica e simbólica, gerando todo um imaginário histórico, todo um "inventário" (cf. Gramsci) que motivou, contextualizou e sustentou esta forma única de arte popular.

Nota biográfica
Clara Sarmento é doutorada em Cultura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É Professora Adjunta no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, cujo Centro de Estudos Interculturais coordena. Vencedora do 1993 "American Club of Lisbon Award for Academic Merit". Diversos livros, artigos e conferências, em Portugal e no estrangeiro, sobre Literatura e Cultura Portuguesa e Anglo-Americana, Estudos Culturais e de Género.


20 FEVEREIRO 2008
Paulo Renato Cardoso - Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa
A natureza indesconstrutível do Eu-Processo: algumas notas sobre a renovação do Cogito
Comentários: Maria Irene Ramalho e António Carvalho

Resumo
A unidade sincrónica e a identidade diacrónica da consciência impõem-se como questões fundamentais no centro das ciências cognitivas, da filosofia do espírito, da ética e da epistemologia lato sensu. Saber se tal unidade e tal identidade são qualidades absolutamente reais, apenas funções fortemente plausíveis ou epifenómenos meramente ilusórios, permanece profundamente controverso e tem consequências imediatas no modo como se compreende a cognição e a personalidade. A possibilidade de um sistema objectivo de conhecimento, assim como de um sistema responsável de acções, depende de um certo tipo de auto-consciência unificada. Ora, este campo representacional unificado ou este fluxo de operações subjectivas requer uma actividade, um processo, através do qual o Eu é produzido. Por conseguinte, uma mente radicalmente múltipla ou dissociada é uma mente sem Eu, e esta carência de Eu desestrutura (ou mesmo aniquila) não só processos cognitivos, mas também emocionais e sociais. Porém, a unidade mental é possivelmente apenas o incessante trabalho de auto-unificação e de auto-integração, cujo estatuto subjectivo se afigura assaz ambíguo, pois pode ser descrito quer como um simples objecto de crença, um sentimento intelectual ou um dinamismo inconsciente. Mediante a releitura da noção de apercepção transcendental em Kant e Fichte, tal como da concepção de experiência interna e de auto-consciência em Wittgenstein e W. James, pretende-se interrogar o significado de se ser um Eu e a sua pertinência para o vasto debate contemporâneo.

Nota biográfica
Paulo R. C. Jesus (1974), licenciado em Psicologia pela FPCE da Universidade de Coimbra (2000), doutorado em Filosofia e Ciências Sociais pela EHESS de Paris com uma tese (dirigida pelo Prof. F. Gil) sobre a unidade e a identidade da auto-consciência em Kant (2006), docente de Psicologia na Universidade Lusófona do Porto (2006-07), membro de um seminário sobre Kant e Freud no CIPh de Paris (desde 2006), investigador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa (desde 2006), visiting scholar em Columbia University e NYU (2007-08).


12 MARÇO 2008
Vera Borges – Instituto de Ciências Sociais, Lisboa
Actores e actrizes no teatro: profissão e mercado de trabalho
Comentários: Claudino Ferreira e Berta Teixeira

Nota biográfica
Vera Borges é doutorada em Sociologia na EHESS e na FCSH-UNL. A tese foi dirigida por Pierre-Michel Menger e Luís Vicente Baptista. Actores e grupos de teatro em Portugal: Trajectórias profissionais e mercado de trabalho constituiu a temática da sua tese de doutoramento, defendida em 2005. Publicou Todos ao Palco! Estudos sociológicos sobre o teatro em Portugal (Celta, 2001) e, mais recentemente, O mundo do teatro em Portugal: profissão de actor, organizações e mercado de trabalho. Actualmente desenvolve a sua investigação sobre os jovens artistas e a sua inserção no mercado de trabalho, no Instituto de Ciências Sociais (ICS -UL).


16 ABRIL 2008
Susana Silva -  Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Centro de Investigação em Ciências Sociais da Universidade do Minho
"Semear, para mais tarde criar": uma análise dos usos sociais das técnicas de procriação medicamente assistida
Comentários: Tiago Santos Pereira e Susana Costa

Resumo
A expressão "semear, para mais tarde criar" é usada para promover um dos centros privados de medicina da reprodução em Portugal. A partir da análise dos critérios que justificam o estabelecimento de fronteiras na delimitação dos beneficiários legítimos das técnicas de PMA em Portugal e do perfil adequado das dadoras de óvulos e dos dadores de sémen, nesta comunicação pretende-se mostrar que os médicos e os juristas se afiguram como os árbitros responsáveis pelo escrutínio das "boas" e das "más" sementes, com o principal objectivo declarado de auxiliar a natureza na obtenção de um semear bem sucedido. O recurso a um elemento de cariz naturalista e genético (a semente) reforça a imagem da reprodução humana como um processo essencialmente natural e bio-genético que visa "criar, ou seja, gerar e promover a procriação biológica, mas também educar uma criança, articulando as dimensões biológicas, genéticas, afectivas, sociais e morais no âmbito da reprodução humana. Conclui-se que a recente ênfase colocada no uso de elementos pretensamente biológicos e naturais na governação do paciente apropriado para as técnicas de PMA está associada à moralização da maternidade, à genetização da paternidade e à (re)construção de uma imagem positiva da tecnologia e da medicina, o que pode restringir as possibilidades dos cidadãos questionarem as intervenções médicas e técnicas neste domínio.

Nota biográfica
Susana Silva é Licenciada em Sociologia das Organizações e Mestre em Sociologia pela Universidade do Minho. Está a finalizar o Doutoramento em Sociologia pela FLUP, com o projecto "Médicos, juristas e ‘leigos’: um estudo das representações sociais sobre a reprodução medicamente assistida". Recebeu uma menção honrosa no Prémio Mulher Investigação 2001 – Carolina Michaëlis de Vasconcelos, com a dissertação de mestrado ("As fronteiras das ambivalências: controlo e poder institucionais sobre a prostituição feminina"). É investigadora associada do Instituto de Sociologia, FLUP e membro associado do Centro de Investigação em Ciências Sociais, UM.


14 MAIO 2008
Isabel Estrada Carvalhais - Núcleo de Investigação em Ciência Política e Relações Internacionais, Universidade do Minho
Cidadania Europeia: fraquezas e potencialidades do seu projecto
Comentários: Elísio Estanque e António Farinhas Rodrigues

Resumo
Após uma breve apresentação da cidadania europeia (CE), construída em torno das já clássicas perguntas ‘porque surge’, ‘como surge’ e ‘que direitos comporta’, o texto lança-se na análise de uma inquietação que nos parece indissociável do projecto da CE enquanto espaço de vivência da identidade cultural europeia – identidade que se imagina una na sua multiplicidade de povos e histórias, pelo poder catalizador da universalidade dos Direitos Humanos, ou melhor, da sua convicção nessa mesma universalidade.
Resume-se a nossa inquietação ao que identificamos como a incompatibilidade entre a tradição de proclamação dos Direitos Humanos como esteio da acção política da Europa e a leitura que ela parece apostada em fazer sobre a sua relação com cidadãos de países terceiros. Leitura para nós bem exemplificada na actual prática legislativa e discursiva da União Europeia (UE) em matéria de gestão dos fluxos migratórios que buscam o espaço comunitário.
Ao analisar a lógica europeia subjacente à gestão do fenómeno migratório, o texto centra-se no modo como aquela se revela na operacionalização política de conceitos como imigração ilegal, migração circular e boa vizinhança.
Em resumo, o texto procura evidenciar a existência de uma perturbadora e contínua fricção entre duas heranças constitutivas da matriz ideológica da Europa contemporânea: uma herança de ética humanista e cosmopolita, e uma herança de ética burguesa e colonizadora. Em face desta ambivalência matricial e em particular da sombra da segunda herança, a legitimidade da política europeia de gestão de fluxos migratórios e, nesta linha, a legitimidade da própria CE enquanto projecto cultural, social e político de inclusão, são necessariamente legitimidades incompletas.

Nota biográfica
Professora Auxiliar do Departamento de Relações Internacionais e Administração Pública e investigadora do NICPRI - Núcleo de Investigação em Ciência Política e Relações Internacionais, da Universidade do Minho.
Doutoramento em Sociologia (University of Warwick), Mestrado em Sociologia (Universidade de Coimbra) e Licenciatura em Relações Internacionais (Universidade do Minho).


25 JUNHO 2008
Rosa Monteiro – Instituto Superior Miguel Torga, Coimbra
Feminismo de Estado em Portugal
Comentários: Cecília MacDowell Santos e Tatiana Moura

Resumo
Nesta apresentação pretendo expor as minhas reflexões exploratórias acerca do Feminismo de Estado em Portugal, tema pouco estudado no país e objecto central da minha investigação de doutoramento em Sociologia. Analisarei e discutirei o conceito interrogando a acção que o Estado português tem vindo a desenvolver na promoção da igualdade de mulheres e homens desde 1970, ano em que foi criado o Grupo de Trabalho para a Participação da Mulher na Vida Económica e Social. Este grupo foi criado no seio do Ministério das Corporações e Previdência Social e presidido por Maria de Lourdes Pintassilgo, durante uma ditadura profundamente antifeminista. Foi o embrião da Comissão da Condição Feminina (institucionalizada em 1977) que, em 1991, se chamou Comissão para a Igualdade e Direitos da Mulher, e desde 2007 Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
Esta Comissão é o órgão governamental para a igualdade de mulheres e homens cuja institucionalização e acção na democracia portuguesa tem apresentado maior continuidade e estabilidade, não obstante as alterações que se vão observando na sua designação. A precocidade desta acção estatal em Portugal não deixa de ser curiosa e levanta algumas questões acerca da história desta instituição e da sua relação com os movimentos de mulheres em Portugal. Pretendo interrogar o papel do Estado Português na integração e defesa de uma agenda promotora da igualdade de mulheres e homens.
A Research Network on Gender, Politics and the State (RNGPS) tem contribuído, de forma decisiva, para o estudo comparativo do Feminismo de Estado em vários países ocidentais, questionando a eficiência das agências estatais de mulheres na influência e produção de políticas, e na representação e empowerment dos movimentos de mulheres e feministas. Baseando-me em algumas das suas propostas analíticas, pretendo discutir o lugar e o papel da Comissão na produção de políticas e na representação dos movimentos de mulheres num quadro de governação global.
Célia Valiente tem estudado o Instituto de la Mujer (Espanha) e, num trabalho sobre a Comissão portuguesa, defende que “as relações entre as feministas de estado e as militantes de amplos sectores do movimento de mulheres são, no geral, frequentes e cooperativas em Portugal, e infrequentes e antagónicas em Espanha”. Este ponto de vista não é seguido por algumas investigadoras e activistas portuguesas, como Virgínia ferreira, Manuela Tavares e Madalena Barbosa, que apresentam razões para o facto de as organizações de mulheres em Portugal não terem constituído a força de pressão que determinou/determina e influencia o Feminismo de Estado. Se, por um lado, isto é consequência das fragilidades e pouca visibilidade dos movimentos de mulheres portuguesas, por outro, é também o resultado de um Estado que fecha o ciclo de produção política em certos corpos essencialmente técnicos e burocratas, como algumas analistas consideram ser o caso do Estado Português.
O que pretendo é discutir esta diversidade de abordagens para a compreensão da relação entre Estado e feminismo em Portugal.

Nota biográfica
Licenciatura em Sociologia pela Faculdade de Economia da UC. Tese de Mestrado em Família e Sistemas Sociais, intitulada Mães Trabalhadoras face ao Modelo de Maternalização Intensiva, publicada pela Ed. Quarteto. Investigadora no âmbito do projecto de Avaliação do IIº Plano Nacional para a Igualdade, financiado pela CIG, responsável pela avaliação da área de Intervenção Trabalho, emprego e protecção da maternidade e da paternidade.