Conferência
11 de Janeiro de 2008, 15:00, Sala Keynes, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
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Resumo: Sendo o conhecimento social limitado, emerge a questão da possibilidade de "mudarmos o mundo" segundo algum propósito pré-definido. Nesta conferência analisam-se as implicações do conhecimento social limitado para a mudança social. A tradição conservadora no pensamento social moderno elabora a ideia de "inibição": conhecimento limitado inibe a intervenção que visa modificar o mundo. Desenvolver-se-á a ideia alternativa de que a limitação do conhecimento "demanda" intervenções sobre o mundo com propósitos pré-definidos. Partindo da conjectura que intervenções no mundo social visando alterá-lo provocam respostas desse mundo, e que é assim que aprendemos, enfatizarei o papel desempenhado pelas instituições sociais nessa actividade de provocação. Esse papel não é apenas ou principalmente o de restringir a acção social, mas essencialmente de criar oportunidades para a transformação social. Como é que essa acção criativa se concilia com o pressuposto da ignorância é o que procurarei, senão demonstrar, ao menos argumentar. Nota biográfica: Celia Lessa Kerstenetzky é graduada em Economia pela Universidade Federal Fluminense (1980), mestre em Economia da Industria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989), doutora em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pela Sociedade Brasileira de Instrução - SBI/IUPERJ, Rio de Janeiro (1997), Ph.D. suma cum laude em Social and Political Sciences (Political Sciences) pelo European University Institute (EUI), Florença (1998) e fez um pós-doutoramento no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Foi economista do BNDES (1980-90), visiting-scholar no EUI (1992), na New York Universtiy (1998) e no MIT (2001/2002), e visiting-professor na Università degli Studi di Siena (2005/6). Foi consultora do IBASE e do Banco Mundial no World Development Report 2006. Actualmente é professora titular da Faculdade de Economia da UFF e editora-chefe da Revista Econômica (Niterói) e coordenadora do recém-criado Centro de Estudos sobre Desigualdade e Desenvolvimento (Inequality Center). Tem experiência na área de Teoria Política Contemporânea e de Teoria Económica Contemporânea e História do Pensamento Económico, sobretudo em filosofia e metodologia da Economia, com diversas publicações em revistas nacionais e internacionais nas áreas de História do Pensamento Económico, Metodologia e Filosofia da Economia e Filosofia Social e Política. Os seus actuais interesses de investigação incluem a análise das desigualdades sócio-económicas contemporâneas e de políticas sociais, com ênfase em problemas de justiça distributiva, além de temas relacionados com o papel da racionalidade económica, das instituições e da evolução no âmbito da teoria económica contemporânea. |