Conferência
Encontros entre culturas: sugestões sobre relações socio-económicas da cultura financeira islâmica e práticas mutualistas
Andrea Calori
21 de Fevereiro de 2009, 10:00, Sala Keynes da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
Organizado conjuntamente pelos Doutoramentos "Democracia no Século XXI", "Pós-Colonialismos e Cidadania Global" e "Governação, Conhecimento, e Inovação"
Apresentação Sob o
impulso da forte difusão que outras economias (economias solidárias,
locais, de doação, etc.) tiveram na última década na Europa e no mundo,
o tema das práticas mutualistas está-se a voltar para o interior de
diversos rumos de pesquisa em variados contextos.
Trata-se, de qualquer maneira, de uma novidade: depois de um longo
período no qual os temas ligados à comunidade, à mutualidade e às
relações foram tratados como marginais em relação àqueles
maioritariamente associados ao mainstream
do desenvolvimento. Na realidade, a observação dos princípios
fundamentais sobre os quais se baseia a finança/economia islâmica
coloca radicalmente em discussão as razões desta duradoura
marginalização moderna. Entre os sinais mais evidentes da
necessidade de reconsiderar o sentido e o valor das práticas
mutualistas assinala-se, por exemplo, o facto de que entre os grandes
bancos, que mais que ninguém têm culpas na crise financeira global,
existem aqueles que construíram as suas regras de governação sobre
alguns valores directamente derivados da doutrina islâmica e de algumas
relações sociais a ela associadas.
No percurso do encontro serão ilustradas algumas similitudes entre
estes valores (e as técnicas que deles derivam) e o sistema de
valorização que constitui a base das economias solidárias, propondo uma
discussão no que respeita à capacidade destas últimas em constituírem
uma base significativa para reconsiderar, seja teoricamente, seja na
prática, a marginalidade destas práticas e algumas das suas
potencialidades.
Notas biográficas
Andrea Calori é Professor de Planeamento
de Território e Desenvolvimento Local no Politécnico de Milão e tem
vindo a trabalhar desde o início da década de 1990 em políticas de
desenvolvimento locais e auto-sustentáveis. Neste campo tem
desenvolvido em Itália e no estrangeiro aptidões em participação de
cidadãos/ãs e em negociações institucionais e desenvolvimento de
políticas caracterizadas por abordagens orientadas em princípios de
economias de carácter solidário. Nesta temática, trabalhou tanto no
terreno como em pesquisas teóricas e metodológicas com redes e actores
sociais e económicos bem como com várias instituições a diferentes
níveis (autoridades locais, regiões, governos nacionais, OCDE, Comissão
Europeia, Conselho da Europa, FAO, etc.).
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