Apresentação
O Colóquio Internacional “Cidade e arquitetura conventual” realiza-se no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra nos dias 10 e 11 de Outubro de 2013. Esta iniciativa tem como objectivo reunir investigadores, nacionais e estrangeiros, com interesse nesta temática.
As ordens religiosas atingiram uma dimensão bastante considerável em todo o mundo. Atualmente, uma das faces mais visíveis dessa presença é a sua arquitetura. Mosteiros, conventos, colégios e outras casas religiosas constituem um suporte fundamental para a interpretação e divulgação da arte, da arquitetura e da cultura dos povos. E de fato o estudo da tipologia monástico-conventual tem ocorrido essencialmente no âmbito destas disciplinas. Porém, ela tem também uma importante dimensão territorial e urbana que não tem sido devidamente valorizada. Neste colóquio pretende-se explorar precisamente esta perspetiva, abordando a arquitetura conventual enquanto organismo territorial e urbano.
Na Europa medieval, as ordens monásticas foram importantes protagonistas na estabilização dos territórios, tendo funcionado também como elementos indutores de núcleos urbanos. Por outro lado, as ordens mendicantes, surgidas no início do século XIII, estabeleceram uma íntima relação com o mundo urbano. Esta relação, que começou com a instalação dos primeiros conventos mendicantes nas cidades medievais europeias, foi claramente reforçada a partir do século XVI, com o considerável aumento do número de novas fundações impulsionadas pelo processo de reforma da Igreja. As cidades assistiram assim, a partir desde período, à constituição de densas redes conventuais que participaram de forma activa nos processos de transformação da sua configuração espacial. Algumas delas chegaram a conter várias dezenas de casas religiosas, como Lisboa, Sevilha, Nápoles, entre outras. Simultaneamente, no contexto da expansão ultramarina europeia, esta relação ampliou-se. Nesses territórios as comunidades religiosas mantiveram e reajustaram a sua influência nos aglomerados urbanos. Finalmente, no século XIX, em muitos países assistiu-se à extinção das ordens religiosas e à desamortização dos seus edifícios que, no entanto, continuam a funcionar como elementos polarizadores e a promover, direta ou indiretamente, alterações nos tecidos urbanos num processo que se mantêm até aos dias de hoje.
É neste amplo espaço temporal e geográfico que se pretende discutir o papel dos conventos nos processos de construção e transformação do território, da paisagem e das formas urbanas. Convidamos assim todos os interessados nestas temáticas a apresentar contribuições para este encontro que visa criar uma oportunidade para que investigadores de diversas áreas científicas se possam reunir e partilhar conhecimentos. Serão bem-vindas propostas de comunicações que se enquadrem nos seguintes temas:
1. cidade medieval e arquitetura mendicante.
2. conventos e espaço urbano.
3. desamortização e transformação urbana.
4. cidade contemporânea e património monástico-conventual.