Editorial
Os poetas não têm que ser lidos, da mesma forma que
as árvores não têm de ter ninguém a sentar-se-lhes à
sombra, quando se trata de transformar emissões
societais venenosas em qualquer coisa que seja
respirável. (...) O poder político da poesia não se mede
com números; ensina-nos a fazer cálculos de forma
diferente.
Charles Bernstein
ainda a imagem da árvore. oficina de poesia.
ainda os ramos em constante movimento dirigido para fora.
Projecto Oficina de Poesia. ainda a celebração de
lugares desconhecidos. a crescer o saber. a saber crescer.
a saber: Projecto Novas Poéticas de Resistência.
ainda o tronco de raízes múltiplas e mais ou menos
subterrâneas porque, ainda e outra vez, a responsabilidade
da poesia que, pela perturbação, cria a ruptura na
transformação do olhar sobre o mundo. ainda a celebração
da(s) complexidade(s), raízes que tocam ramos a desafiar a
ordem, a mangar ... até das regras da pontuação
hierarquizada e do rigor das medições e da lei da
gravidade. grave! muito grave! por isso, o eterno dialogo
em floresta grande, com os poetas em residência
Márcio-André, Miro Villar e outros convidados. floresta
grande de vozes de convidados tantos. Paulo de Tarso
Porrelli. Fernando Esteves Pinto. Susana Vargas. Gabriela
Rocha Martins. Pedro Afonso. Lugares novos de novos poetas
nos mapas Susana Miguel. Tiago P. Carvalho.
ainda palavra feita acção. sempre a resignificação. a não
resignação da linguagem. sempre poiesis. sempre
processo. sempre à pequena escala, lugar da linguagem
verdadeiramente emancipatória a constituir-se relação
com em vez de conhecimento sobre. a
saber: leituras públicas, oficinas de escrita nas
escolas, acções de rua... no trânsito, em trânsito,
à hora de ponta. Em movimento OIRÁRTNOC.
acreditamos no movimento e no erro, no coxear e no
gaguejo... e cremos que há sempre maneira de um caminhar
diferente a fugir de um qualquer centro (também de
análise). Outra vez a imagem da árvore. revista feita
árvore.
Teresa Fonseca
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