Andreia Silva

Tema proposto:
Indicadores de requalificação no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha.
(excertos do trabalho apresentado)



Introdução
O objetivo deste trabalho é identificar e ilustrar indicadores de requalificação do Mosteiro de Santa Clara- a- Velha.
Para isso, vou referir qual foi a utilização inicial do mosteiro, o que aconteceu para deixar de desempenhar essa função, que tinha antes, e quais as suas atuais características.
O mosteiro é fundado, em finais do século XIII, para receber um grupo de freiras chamadas Clarissas. Situa-se na margem esquerda do rio Mondego, muito próximo da baixa da cidade de Coimbra e é um momento de experimentação do estilo gótico no país.
Alguns séculos mais tarde (séc. XVII), foi abandonado devido à invasão dos pisos mais baixos pelas areias do rio Mondego, tendo-se acentuado o seu estado de degradação ao longo dos anos.
No início do séc. XXI, integrado na requalificação urbana das margens do Mondego, dá-se início à concretização do projeto de recuperação do edifício e aproveitamento turístico e cultural de todo o espaço envolvente, iniciado na década de 90 do séc. XX.
Desde 18 de abril de 2009, data em que foi aberto ao público, tornou-se um monumento muito importante da cidade de Coimbra, que atrai muitos turistas e um agradável espaço de lazer para visitantes e residentes (fig1).



Fig.1 – O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e espaço envolvente.

Centro Interpretativo

Na sequência da requalificação a que foi sujeito, este Monumento Nacional e Sítio Arqueológico (Séculos XIV - XVII), passou a dispor de um Centro Interpretativo (fig. 2).

O centro interpretativo é um edifício de características geométricas que apresenta uma estrutura que permite expor o espólio exumado das escavações, numa espécie de reserva ao ar livre, situada ao mesmo nível do espaço ajardinado.



Fig.2 – Centro Interpretativo do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

No seu interior encontra-se um auditório e uma sala de projeção onde são projetados, para quem visita o centro, pequenos documentários relativos ao espaço. Esta estrutura possui também uma sala de exposições onde se mostra um conjunto muito variado de porcelanas, faianças, anéis, objetos de uso pessoal e culinário e ainda esculturas de diversos tamanhos. Para explicar cada etapa da vida das clarissas, as paredes são cobertas de painéis com textos, imagens, notas históricas, entre outros.
Neste mesmo edifício, embora com acesso independente, existe uma cafetaria com uma esplanada que possui um espelho de água, sugerindo as inun-dações que marcaram o mosteiro (fig.3). Deste local é possível ter uma vista panorâmica da cidade de Coimbra.
Para além das funções já referidas, existe, ainda, uma loja, onde podem ser adqui-ridas diversas recordações da visita.



Fig. 3 – Esplanada da cafetaria

Conclusão

Com este trabalho espero ter conseguido mostrar que, no Convento de Santa Clara-a-Velha, existem vários indicadores de requalificação urbana.
As alterações a que este espaço foi sujeito permitiram que o mosteiro tenha sido restaurado, não para desempenhar a mesma função, mas aproveitado para desempenhar a função turística, onde, por vezes, se organizam eventos artísticos e culturais. O centro interpretativo, que desempenha a função museológica, a cafetaria, e a loja completam o conjunto de novas funções urbanas instaladas neste espaço.
A forma de revitalização urbana escolhida para este espaço pode considerar-se uma requalificação pois o mosteiro reconstruído, embora mantenha a sua traça arquitetónica original, não serve para acolher as freiras de uma ordem religiosa, alterou a função a que se destina. Atualmente, este espaço tem uma função turística cultural e de lazer, aproveitando um elemento do património histórico e arquitetónico.

Andreia Silva, nº1, 11ºD